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Dois funcionários de Furnas, empresa subsidiária da Eletrobras, foram mantidos reféns por indígenas de Queimadas, em Ortigueira, nos Campos Gerais, por 26 horas. Eles faziam uma inspeção de rotina nas torres instaladas dentro da reserva indígena quando foram pegos pelos moradores e impedidos de deixar a aldeia. Após três horas de negociação com um representante da empresa, que veio do Rio de Janeiro, os indígenas liberaram os funcionários e um veículo da empresa. Os reféns não ficaram feridos.

O sequestro começou por volta das 15 horas de quarta-feira (30) e encerrou nesta quinta-feira (1) aproximadamente às 17 horas. O chefe de Relações Institucionais de Furnas, Pedro Cardoso Franco, conta que recebeu o telefonema de um dos indígenas na tarde de quarta-feira (30) afirmando que dois funcionários da empresa estavam sob o poder dos indígenas no Paraná.

"Eu até pensei que fosse trote", disse Franco, que tomou um voo na madrugada desta quinta-feira (1) do Rio de Janeiro para o Paraná e foi até a aldeia, que fica a cerca de 12 quilômetros da cidade de Ortigueira.

A reportagem não conseguiu contato com membros da aldeia nem com o escritório da Fundação Nacional do Índio (Funai), mas conforme Franco, os indígenas se queixaram do fato das torres passarem na área da reserva e não receberem nenhuma indenização por conta deste uso.

"Fiquei três horas em negociação com os indígenas, falei que nunca nos chegou nenhuma demanda por parte dos caciques", afirmou. Somente depois de afirmar que serão estudadas formas de apoiar socialmente a reserva é que os líderes da aldeia liberaram os dois funcionários e o veículo. "Foi só um susto", comentou Franco.

Representantes da prefeitura de Ortigueira acompanharam os funcionários de Furnas até a aldeia, mas as polícias Militar e Civil da cidade não precisaram intervir. Segundo Franco, foi feita uma ocorrência na Polícia Federal ainda no Rio de Janeiro. "Fiz a ocorrência porque não sabia que proporções a coisa ia tomar", afirmou. Mas, ele garante que a empresa não vai representar contra a reserva para a abertura de um inquérito policial. "Nós entramos em acordo. É claro que a maneira que eles agiram não foi adequada, mas não vamos representar contra eles", comentou.

A reserva de Queimadas tem três mil hectares é uma área regularizada pela Funai, ocupada por famílias kaigang que dispõe de escola e posto de saúde próprios.

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