O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), lamentou nesta segunda-feira (19) os confrontos ocorridos entre traficantes rivais e policiais militares no Rio de Janeiro, que causaram a morte de 20 pessoas no último fim de semana. Para o ministro, os consumidores de drogas estão entre os responsáveis pela crescente violência enfrentada "não só no Rio, mas em todo o Brasil".
"Infelizmente, parte da sociedade alimenta [o tráfico], com os consumidores. Se não houvesse o consumo, evidentemente não se teria a quantidade de tráfico que se tem hoje", afirmou o carioca Marco Aurélio, em entrevista ao G1.
O ministro classificou como "incompreensível e inadmissível" o que ele chama de ousadia dos traficantes, que atingiram um helicóptero da Polícia Militar com tiros. A aeronave fez um pouso forçado, mas explodiu, causando a morte de três policiais que sobrevoavam o Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio.
Questionado sobre a solução para os problemas que atormentam o Rio, Marco Aurélio defende o investimento na área de inteligência. "É preciso dotar o aparelho policial do Rio com a inteligência necessária para reagir a isso. Não se tem solução imediata. Se tem o saneamento. É preciso combater o tráfico", disse.
Ele também criticou o fato de hoje a "polícia só poder subir o morro atirando". "Quando o Estado não ocupa o espaço, a bandidagem ocupa", alertou.
Embora considere a situação extremamente grave, o ministro entende que o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, vem exercendo uma boa atuação no combate ao tráfico, que tem "incomodado" os bandidos. "Quando o aparelho estatal incomada há uma reação imediata para intimidar. Agora, o Rio tem um secretário de Segurança Pública muito sério e dedicado", destacou Marco Aurélio.
Olimpíada
Otimista quanto à possibilidade de a violência ser controlada, ele acredita que até 2016 o Rio dê a volta por cima e passe a ser um local seguro no ano em que sediará os Jogos Olímpicos. "A cidade tem condição sim [de sediar a Olimpíada]. Hoje, o ambiente é de insegurança no Brasil inteiro, mas no Rio a coisa está em uma graduação maior".
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