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Influenciadores de direita dizem ter aumentado número de seguidores após anúncio de compra do Twitter
Elon Musk disse que decisão de compra do Twitter está relacionada à garantia da liberdade de expressão na plataforma| Foto: EFE/EPA/Britta Pedersen

O sinal verde dado pelo Twitter à proposta de compra feita pelo empresário sul-africano Elon Musk na tarde desta segunda-feira (25) foi bastante comemorado por influenciadores e políticos ligados à direita. Esses usuários da plataforma afirmam que a moderação de conteúdo feita pela rede social era bastante rígida com publicações ligados ao conservadorismo e ao liberalismo, enquanto havia “vista grossa” para postagens relacionadas a outras matizes ideológicas.

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O acordo, que foi aprovado por unanimidade pelo conselho do Twitter, deve ser concluído ainda neste ano, embora ainda esteja sujeito à votação dos acionistas e questões regulatórias. Porém, desde já, influenciadores de direita têm celebrado não apenas as promessas de Musk quanto à garantia da plena liberdade de expressão na plataforma, como também parte desse grupo tem comemorado o aumento de seguidores desde o anúncio desta segunda-feira.

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A suposição desses usuários é que as políticas de redução de alcance de publicações – mecanismo denominado “shadowban” – teriam sido derrubadas nas últimas horas. Após contato feito pela reportagem, o Twitter Brasil optou por não responder sobre a efetivação de mudanças recentes nas políticas da plataforma.

Relatos de aumento de seguidores

No âmbito político, diversos parlamentares de Brasília anunciaram aumento de seguidores. “Em poucas horas, após o anúncio da compra do Twitter por Elon Musk, ganhei mais da metade de seguidores que normalmente ganho em um mês. Algumas mudanças no engajamento já são perceptíveis. Era fato que o algoritmo anterior sabotava as contas”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ele afirma que entre ontem e hoje somou 15 mil novos seguidores, enquanto a média dos últimos dias era de cerca de dois mil.

“Minha conta do Twitter há tempos estava sendo limitada com redução drástica de alcance dos tweets. Meus novos seguidores ficavam numa média de 700 ao dia. Ontem meu alcance voltou ao normal e obtive 8 mil novos seguidores”, afirmou o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) na manhã desta terça-feira. O deputado Onyx Lorenzoni (PL-RS) foi outro a destacar o crescimento de sua base de seguidores nesta manhã.

Ainda na noite desta segunda-feira, o ex-secretário nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, André Porciuncula, afirmou que havia ganhado 13 mil seguidores em poucas horas – quantia que ele aponta que comumente registrava ao longo de um mês. “Hoje, comecei a ter um crescimento no Twitter que jamais tive. Será que havia uma restrição seletiva para algumas contas específicas?”, publicou Porciuncula em sua conta no Twitter.

“Não sei o que está acontecendo, e se tem algo a ver com a mudança de controle do Twitter, que nem se materializou ainda, mas nas últimas horas recebi mais de 10 mil novos seguidores por aqui”, tuitou o comentarista político Leandro Ruschel na noite desta segunda. Na manhã desta terça-feira, ele publicou um gráfico com números de seguidores da sua conta no último mês. O comentarista, que obtinha média de 956 novos seguidores ao dia, alcançou 12.499 apenas ontem. “Tiraram as travas das contas de direita?”, questionou ele em outra publicação.

Já o comentarista político Kim Paim, um dos primeiros a abordar o assunto, fez um levantamento com números que, segundo ele, são oficiais do Twitter quanto ao aumento de seguidores na comparação entre diversos perfis de direita e de esquerda nas últimas horas. Seus dados apontam que o presidente Jair Bolsonaro somou mais de 42 mil novos seguidores entre ontem e hoje, o que representaria um aumento de 884% em sua média diária. Já Lula somou 6,6 mil novos usuários em sua conta, o equivalente a apenas 56% acima de sua média diária.

O influenciador comparou números de outros perfis, tanto de parlamentares quanto de contas ligadas ao jornalismo e ao entretenimento vinculadas aos dois segmentos políticos opostos. De acordo com seus números, houve crescimento de até 22.409% em contas da direita enquanto do lado oposto o crescimento foi quase inexpressivo.

Na avaliação de Paim, a plataforma restringiu filtros e restrições a todos os usuários, porém influenciadores da direta eram os principais alvos das políticas de limitação de alcance. “Todos os perfis ligados a pessoas de direita, dos mais diversos segmentos, tiveram um considerável crescimento nas últimas horas. A esquerda continua igual. A pergunta que fica: existia algum tipo de bloqueio contra a direita?”, disse o influenciador.

Defesa da liberdade de expressão motivou compra do Twitter

Desde o início das tratativas sobre a compra do Twitter, o bilionário Elon Musk – que é crítico de longa data das políticas de moderação da plataforma – deixou claro que seu interesse na rede social não tinha apenas motivação econômica, mas, sobretudo, a de garantir a liberdade de expressão por meio de mudanças nas políticas do Twitter.

“A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”, disse Musk em comunicado que anunciou o acordo.

“Espero que até meus piores críticos permaneçam no Twitter, porque é isso que significa liberdade de expressão”, disse o empresário nesta segunda-feira em publicação que já soma três milhões de curtidas na rede social.

Mudanças mais concretas na plataforma ainda não foram anunciadas, mas além da redução na moderação de conteúdo, Musk já anunciou que o Twitter deverá passar a autenticar todos os usuários para combater o uso de bots (robôs) e abrir o código dos algoritmos da rede social.

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