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Saiba mais sobre os destinos percorridos pela reportagem |
Saiba mais sobre os destinos percorridos pela reportagem| Foto:

Onde procurar

Veja algumas ferramentas onde buscar informações sobre a cidade:

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Por telefone, um atendente da Urbs indica os ônibus para determinado destino

Problema: apesar de eficiente, é preciso ter um telefone à mão. A ligação é cobrada. Quem vem de fora dificilmente conhece o serviço.

Site da Urbs

No site www.urbs.curitiba.pr.gov é possível acessar horários e itinerários das linhas, indicando o nome da rua, terminal ou praça.

Problema: não é acessível para quem está na rua. As informações sobre horários e itinerários não são integradas.

Mapas da RIT

Painéis que indicam linhas e pontos próximos ao local onde o usuário está, mostrando visualmente algumas rotas.

Problema: não estão em todos os pontos de ônibus. Não informam, para determinadas linhas, os pontos de parada. O grande número de informações visuais pode confundir o usuário.

Totens eletrônicos

Encontrados em alguns terminais e na rodoviária. Com tela sensível ao toque, têm informações, em inglês e português, sobre pontos turísticos, telefones de serviços essenciais e horários de ônibus.

Problema: mostram o nome e horário das linhas que vão até os pontos turísticos, mas não informam o itinerário ou os pontos próximos à Rodoviária. A navegação pela tela não responde com precisão e o visor apaga em minutos, tendo de reiniciar a pesquisa.

Linha Turismo

Para quem não quer se preocupar em programar um itinerário turístico, esse ônibus passa por 24 pontos de Curitiba. O roteiro começa na Praça Tiradentes, mas é possível iniciar o trajeto em qualquer um dos pontos. A passagem custa R$ 25 e dá direito a um embarque e quatro reembarques.

Para quem não conhece Curitiba, percorrer os pontos turísticos da cidade pode ser uma missão difícil por causa da falta de informações. Na semana passada, a reportagem da Gazeta do Povo demorou quatro horas e meia, partindo da Rodofer­ro­viária, para percorrer três pontos — Parque Barigui, Arena da Baixada e Pedreira Pau­­lo Leminski. O objetivo era sair da Rofer­roviária às 15h30, visitar quatro locais valendo-se apenas de informações públicas e chegar ao Aeroporto Afonso Pena — não foi possível visitar o Jardim Botânico, já que até as 20 horas a via crúcis não havia terminado. No caminho, falta de informações e orientações erradas.

Se a inexperiência de turistas e moradores recém-chegados à capital paranaense atrapalha na hora de utilizar o transporte coletivo, os escassos meios de informação sobre os itinerários e linhas trazem pouco alento. Nes­te caso, o dito popular se mostra eficaz na prática: "quem tem boca vai a Roma". Ou até o Parque Barigui. Mas acertar o itinerário não foi nada fácil.

No meio do percurso, em cinco momentos cobradores das estações-tubo, um motorista e até um atendente de um posto de informações turísticas prestaram informações equivocadas, ou não souberam informar como chegar ao destino desejado, oferecendo respostas como "não sei, sou novo aqui" ou indagando "para que lado mesmo fica a Arena?". O resultado: tempo extra caminhando pelas ruas da cidade, atrás de informações de pedestres ou em busca de alguma referência visual para encontrar o tal ponto turístico, que deveria estar ali. Mas não estava.

Sinal amarelo

Especialistas em mobilidade urbana ouvidos pela Gazeta do Povo atestam: as dificuldades enfrentadas no passeio pelos pontos turísticos servem como um alerta para a preparação da cidade para a Copa do Mundo, quando haverá um grande contingente de turistas de primeira viagem se locomovendo por Curitiba.

"É preciso investir em informação, e não em mudanças estruturais na rede. Não só taxistas, mas cobradores devem passar por um treinamento para informar melhor os turistas. Outra alternativa é implantar circuitos turísticos usando as linhas já existentes. Uma vez que o sistema de transporte de Curitiba é ele próprio um atrativo, não faz sentido você colocar todos os turistas em um ônibus isolado", defende o diretor do mestrado e doutorado em Gestão Urbana da Pontifícia Univer­sidade Católica do Paraná (PUCPR), Fábio Duarte.

Qualificação

A necessidade de se priorizar a qualificação dos profissionais que já trabalham no transporte coletivo e atendimento ao turista é consenso entre os especialistas. Outra alternativa apontada é ampliar o número de placas informativas sobre itinerários não só nas ruas, mas em todos os locais de grande movimentação de pessoas, como praças, shopping centers e nos próprios pontos turísticos.

"Para um evento como a Copa do Mundo, é necessário um treinamento específico para as pessoas que estarão em pontos estratégicos. Do local em que elas se encontram, precisarão indicar como chegar aos pontos mais visados pelos turistas na cidade", afirma a professora de Direito Urbanístico e Ambiental da UniCuritiba, Regina Maria Bueno Bacellar.

"Em Curitiba, as agentes de trânsito que controlam as vagas de estacionamento são bastante visadas por aqueles que querem informação. Temos que dar um curso de idiomas básico para essas pessoas, municiá-las com mapas impressos e roteiros prontos. Isso é simples de fazer", completa o pesquisador da USP e do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do paraná (UFPR), Ramiro Gonçalez.

Urbs promete melhorar

Os sistemas de informação à disposição do usuário do transporte coletivo precisam de atualizações e melhorias. Quem reconhece o problema é o diretor de Desenvolvimento e Planeja­­­mento da Urbs, Fabiano Braga Cortez Júnior. O programa Quo Vadis, que lista os horários e itinerários no site da urbanizadora está disponível aos internautas e tem 10 anos, tempo demais para uma ferramenta com grande função social, que deveria ser atualizada constantemente.

Segundo Cortez, a intenção da Urbs é implantar um novo sistema de buscas pela internet dentro de quatro meses, que poderá ser acessado não somente por computadores, mas também por smartphones. Atual­­­mente em fase de estudos, o programa conterá um mapa interativo, onde o usuário poderá visualizar pontos específicos como unidades de saúde, serviços públicos e pontos turísticos, com a indicação das linhas que passam em cada local.

A longo prazo, o município prevê a instalação de telas virtuais em pontos de ônibus, estações-tubo e terminais, que substituiriam os mapas hoje existentes em alguns locais. Com a instalação de GPS nos ônibus – os mais recentes já têm a ferramenta –, o usuário teria como verificar em quanto tempo o veículo passará pelo ponto e, por meio da tela, sensível ao toque, conferiria os itinerários. Não há previsão, porém, para a implantação do sistema.

Treinamento

Além dos novos sistemas, a Urbs planeja realizar cursos nos próximos meses com motoristas, cobradores e agentes de trânsito. O objetivo é que esses profissionais saibam ao menos indicar ao turista onde conseguir informações sobre itinerários e linhas.

A gerente de Turismo do Instituto Municipal de Turismo, Adriane Vortolin, afirma que servidores municipais e profissionais ligados a entidades representativas já participam, periodicamente, de oficinas de sensibilização para o atendimento e informações turísticas. A intenção é que, com a proximidade da Copa do Mundo, as turmas sejam ampliadas. Hoje, as aulas fazem parte do curso de treinamento obrigatório da Guarda Municipal.

Interatividade:

Você já teve alguma dificuldade para encontrar um ponto turístico em Curitiba?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

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