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Lerner: cortar um zero do orçamento é inovação; cortar dois zeros é sustentabilidade. Para ex-prefeito, projetos grandiosos nem sempre são a solução | Antonio Costa/Gazeta do Povo
Lerner: cortar um zero do orçamento é inovação; cortar dois zeros é sustentabilidade. Para ex-prefeito, projetos grandiosos nem sempre são a solução| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

"Inovação é cortar um zero do orçamento. Sustentabilidade é cortar dois". Esse é o mantra repetido pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner. Prefeito de Curitiba três vezes e governador do Paraná ou­­tras duas, Lerner defendeu ontem na Conferência Interna­cional das Cidades Inovadoras que a implantação de soluções simples e baratas pode ter um efeito maior e mais ágil nos problemas das grandes cidades do que projetos grandiosos.

O arquiteto elenca três tópicos cruciais para o crescimento saudável das áreas urbanas: mobilidade urbana, sustentabilidade e sociodiversidade. Os três estão intimamente conectados. O uso social de uma parte da cidade determina a forma de uso de seu sistema viário e de transporte. A eficiência destes dois, por seu lado, influencia em grande medida o impacto ambiental do meio urbano. "Se conseguirmos equilibrar estes tópicos, estamos no caminho certo", sintetiza.

Uma palavra permeia todas as ideias de Lerner para a equação: "smart" (esperto, inteligente, em inglês). Essas cinco letras representam um conceito: alcançar a máxima eficiência de cada elemento através da articulação com os demais. No caso do trânsito e do transporte público, isso significa integração. "Para um metrô funcionar bem, é necessário que o transporte em superfície funcione bem. Logo, esse dilema entre ônibus ou metrô é um falso dilema. Precisamos lançar mão de todas as opções. Só que uma não pode competir com a outra. Elas têm de se complementar", afirma.

Trabalhar neste sentido não implica apostar, de saída, no grandioso. Acupunturas urbanas é como o arquiteto chama ações pontuais que podem ter um grande efeito. "Se você tem uma boa ideia, o importante é começar. A integração do transporte pode começar nas vias principais e ser estendida ao longo dos anos ao resto da malha. Foi o que aconteceu em Curitiba no caso do ônibus", relembra.

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