• Carregando...
Ao fim da greve dos peritos, mais de 65 mil avaliações médicas estavam atrasadas no Paraná | Fotos: Fábio Dias/Gazeta do Povo
Ao fim da greve dos peritos, mais de 65 mil avaliações médicas estavam atrasadas no Paraná| Foto: Fotos: Fábio Dias/Gazeta do Povo

Apenas 56 médicos se inscreveram para as 104 vagas temporárias ofertadas no Paraná pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Mesmo com a baixa procura pelo cargo de perito, as gerências regionais do Instituto esperam normalizar o atendimento até o fim do ano. Em Curitiba (onde foram preenchidas 22 das 30 vagas), o gerente Altamir Cardoso espera que a chegada dos novos médicos agilize o atendimento. Segundo ele, as agências da região trabalham com "carga total" (60 peritos), o que já reduziu as avaliações médicas acumuladas de 30 mil para 23 mil.

"Eles estão dando o máximo para atender os segurados. Com os novos profissionais, esperamos que até o final de dezembro as agendas fiquem com no máximo 15 dias", diz. O prazo máximo de 15 dias entre o agendamento e a perícia médica foi determinado pela 19.ª Vara Cível Federal de São Paulo, em resposta à Ação Civil Pública do Ministério Público Federal, protocolada em 2009.

O INSS espera que os médicos temporários possam atender a população a partir do mês que vem, após treinamento. Mesmo com os 22 novos profissionais, Cardoso não descarta a possibilidade de publicar novo edital para mais contratações. "Vamos fazer um levantamento de quantas perícias cada um desses médicos vai poder fazer. Se houver necessidade, faremos nova publicação", explica. Os médicos temporários vão receber R$ 21 por consulta, em contrato de seis meses de duração.

Novo edital

Após o fim da greve dos médicos concursados (que acabou no dia 14 por determinação judicial), mais de 65 mil avaliações médicas estavam atrasadas no Paraná, 4,5 mil na região Oeste. Para atender a procura, o INSS esperava a contratação temporária de pelo menos 20 peritos, mas apenas quatro médicos se interessaram. Diante disso, a ge­­rente Cleonice Dariva abriu novo edital. "Estamos fazendo um trabalho junto aos hospitais e instituições médicas para convidar os profissionais." As inscrições podem ser feitas até sexta-feira.

Em Londrina houve 19 inscritos e 17 médicos contratados para as 22 vagas temporárias. Em Ponta Grossa, cinco médicos se inscreveram para 10 vagas. Assim como em Curitiba, a quantidade será analisada pela gerência regional do INSS. "Vamos avaliar o que é possível fazer para pelo menos minimizar o problema em locais com maior agenda", diz a gerente Adriane dos Santos Lopes.

Já em Maringá, eram esperados pelo menos 22 novos profissionais, mas só seis peritos preencheram o cadastro. Mesmo assim, o gerente executivo do INSS, Valmir de Souza Tomaz, não pretende lançar novo edital. "Acredito que esse número já seja suficiente." Por causa da greve, 11 mil perícias estavam acumuladas na região.

Contratação questionada

Quinta-feira passada, a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP) repassou comunicado aos presidentes de todos os Conselhos Regionais de Medicina e Sindicatos dos Médicos do país, informando as providências tomadas para evitar a terceirização da perícia médica previdenciária.

O presidente da ANMP, Luiz Carlos de Teive e Argolo, informa que o fato de médicos compactuarem com a contratação caracteriza grave infração ética. No comunicado, ele aproveita para criticar o Ministério da Previdência Social. "O acúmulo de perícias atrasadas não foi efeito apenas da greve da perícia, mas principalmente da má gestão da Previdência."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]