Integração deixa usuários preocupados

• 0

Os passageiros que usam as linhas de ônibus já existentes nos bairros por onde passará o expresso Pinheirinho-Carlos Gomes, a partir de amanhã, estão confusos com as mudanças nos trajetos. Para tornar possível a integração com as estações-tubo da Linha Verde, foi preciso alterar itinerários e pontos finais, e extinguir algumas linhas. É o caso do moradores do bairro Xaxim, que usam a linha Xaxim. Ontem, a dois dias da mudança, grande parte não sabia que o ônibus não irá mais até o centro da cidade.

O aposentado Sebastião Carlos Estorrer, que usa a linha diariamente para ir até o centro, diz que soube na quarta-feira que iria inaugurar o ônibus da Linha Verde. Mas ele não fazia ideia de que o alimentador Xaxim fará integração no tubo da Linha Verde. "Não sabemos direito, mas o Xaxim é uma mão na roda para nós, pois leva o pessoal daqui direto para o centro. Para mim será tranquilo porque sou aposentado, tenho tempo, mas para quem trabalha e terá que fazer integração, vai ser mais complicadinho", comenta.

A dona de casa Maria da Cruz Lima sente o mesmo problema. Ela diz que gosta da linha Xaxim e que não quer ter que parar em uma estação-tubo para continuar até o centro. Ela e outros moradores da região também disseram desconhecer as mudanças na linha.

Cartazes

O gestor de transporte coletivo da prefeitura, Luiz Filla, diz que a divulgação começou na terça-feira. "Colocamos cartazes dentro dos ônibus e nos terminais. Quando começar as mudanças, o usuário vai poder tirar dúvidas pelo telefone 156 da prefeitura", explica.

Na linha Wenceslau Braz, que será desativada, os usuários não tinham qualquer conhecimento da mudança. Dentro do ônibus, que sai do terminal do Portão, não havia cartaz avisando. O único aviso estava colocado em um tubo, na frente do ponto, dentro do terminal. O cobrador da linha, Luiz Fernando Silva, acredita que a maior confusão vai ser porque o ônibus, que será substituído por dois outros, não vai mais percorrer o bairro, mas levar os passageiros do terminal até a estação-tubo da Linha Verde.

A enfermeira Sinara Dalagnol, que utiliza todos os dias o Wenceslau Braz, diz que soube da mudança na quinta-feira, quando viu a placa no terminal, mas não entendeu o mapa com as alterações. "Não consigo identificar qual o trajeto que o ônibus vai fazer. Vou precisar andar uma vez para entender".

Filla diz que o usuário de ônibus de Curitiba é bastante esclarecido, que busca informação sozinho, e que por isso não acredita que haverá confusão.

Ecologicamente correto

Os 14 ônibus da nova linha são bicombustíveis (flex) e vão ser abastecidos com biocombustível à base de soja ao invés de diesel, como ocorre com a frota que existe hoje. Nos 30 primeiros dias, eles utilizarão apenas o diesel. Depois, começam os testes para observar o desempenho do veículo e a adequação do motor.

De acordo com o o gestor de vistoria e cadastro da Urbs, Élcio Karas, essa nova frota é a primeira do país a utilizar biocombustível oficialmente e ser controlada e observada. A vantagem do biocombustível é que ele reduz em 55% a poluição ambiental. "Isso tem relação direta com a concepção da Linha Verde, de ser ecologicamente correta", comenta.

A ideia é que, a partir de agora, os ônibus que entrem em operação no sistema também funcionem assim. A cada ano, cerca de 250 a 300 novos veículos entram na frota de transporte. Se o teste der certo, os novos ônibus também serão menos poluentes.