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Carina Vendramini é suspeita de cometer sequestros relâmpagos em São Paulo | Polícia Civil
Carina Vendramini é suspeita de cometer sequestros relâmpagos em São Paulo| Foto: Polícia Civil

Perfil

Ladras são de classe média

Assim como todas as integrantes da "Gan­­gue das Loiras", Carina também era de classe média. De acordo com o delegado Alberto Pereira Matheus Jú­­nior, ela estudou em colégios de clas­­se alta de São Paulo e cursou uma boa faculdade até o penúltimo ano do curso de Comércio Exterior. De­­pois de ser absolvida por um cri­me de roubo em 2008, Carina foi pa­­ra Nova Zelândia, onde conheceu o marido. Grávida, voltou ao Brasil, se casou e fixou residência em um pré­dio no bairro Cabral, onde morava de aluguel.

O síndico do prédio onde Carina re­­side, Mário da Costa, conta que ela sempre tratava todos com educação. "Ela tinha um jeito meigo, tran­­quila, sempre bem educada", re­­lata. Há mais de um ano morando em Curitiba, Carina trabalhava como ope­­radora de telemarketing e jamais le­­vantou qualquer suspeita, diz.

A única coisa que chamava a atenção, na avaliação de Costa, era o hábito de viajar ro­­tineiramente a São Paulo nos fins de semana sem o marido e a filha pe­­quena. Apesar disso, os vizinhos não viam com estranheza já que a fa­­mília de Carina é daquele estado. "Ela saía sexta-feira e o marido dela a buscava no aeroporto aos domingos", lembra. (DR)

Defesa

Na delegacia, Carina nega crime e culpa irmã

Apesar de ter negado participação nos crimes, o depoimento de Carina complicou ainda mais a situação dela, segundo a polícia. O delegado Alberto Pereira Matheus Júnior conta que Carina admitiu conhecer as integrantes da quadrilha. "Ela criou toda uma história que acabou delatando as colegas. Carina conta que a irmã é criminosa e que não se dá com a Vanessa", relata o policial. Segundo Matheus Júnior, ela sustenta a história de que a irmã possa ter levado seus documentos para incriminá-la. A reportagem da Gazeta do Povo não conseguiu localizar o advogado de Carina. O delegado não soube informar quem defende a suspeita. (DR)

Uma das seis mulheres acusadas de integrar a chamada "Gangue das Loiras", responsável por uma série de sequestros relâmpagos em regiões nobres de São Paulo, foi presa em Curitiba. A paulistana Carina Geremias Vendramini, 25 anos, morava em um apartamento de classe média alta no bairro Ca­­bral com o marido e a filha de 2 anos. Ela foi detida em casa, no último dia 9, pela polícia paulista e pelo Grupo Tigre (Táti­­co Integrado Grupo de Re­­pressão Especial), do Paraná, mas a prisão foi revelada so­­mente nesta semana para não atrapalhar as investigações.

Carina levava uma vida dupla, segundo a polícia, em que eram enganados familiares e até mesmo o marido. Em entrevista por telefone, o chefe da 3.ª De­­legacia Antissequestro do De­­partamento de Homicídios e Pro­­teção à Pessoa (DHPP), delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, que preside a investigação, contou que ela viajava com certa frequência para São Paulo, onde participava dos crimes cometidos pela quadrilha.

O policial também suspeita de que "Bonnie" – nome usado entre as integrantes da "Gangue das Loiras" com referência à mulher do famoso casal de la­­drões dos Estados Unidos, na dé­­cada de 1930 – tenha participado inclusive de crimes cometidos pelo grupo no Rio de Janeiro. Matheus Júnior ficou surpreso, nesta semana, com a repercussão após a foto de Carina ser divulgada. "O número de ligações aqui na DHPP de vítimas reconhecendo Carina é muito superior ao que imaginávamos", conta o delegado. A polícia afirma que a quadrilha age desde 2008.

Mulheres primeiro

De acordo com o delegado, a organização da quadrilha surpreendeu os investigadores. "Geral­­men­­te as mu­­lheres são usadas pelos homens no crime", relata. Neste caso, no en­­tanto, apenas um homem participava do esquema da "Gangue das Loiras", Wa­­gner de Oliveira Gon­­çalves, 36 anos, chamado de "Cly­de" pelas suspeitas.

Ele foi detido on­­tem pela DHPP. Outras cinco mu­­lheres, in­­cluindo a irmã de Ca­­rina, Vanessa Vendramini, estão sen­­do procuradas. "Não havia uma liderança: todas dividiam os bens igualmente", explica. Se­­gun­­do o delegado, algumas das envolvidas têm relacionamentos com criminosos perigosos presos no estado de São Paulo. Matheus Júnior deve pe­­dir a prisão de todas as integrantes da quadrilha até sexta-feira.

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