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Francisco Guimarães desisitiu de acessar a rede wi-fi | Antônio More/Gazeta do Povo
Francisco Guimarães desisitiu de acessar a rede wi-fi| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Com a internet wi-fi gratuita instalada pela prefeitura de Curitiba, a espera pelo ônibus está passando mais rápido para os passageiros que usam smartphones e tablets na Rodoferroviária desde a última sexta-feira (20).

Aproveitando o acesso, o aposentado Acir Cordeiro, de 75 anos, que mora em Itapema (SC) e vem a Curitiba para tratamento de saúde, se distraía nesta segunda -feira (23) trocando mensagens com a namorada pelo Facebook.“Como sempre está brigando comigo. Disse: ´Bom dia pra você que se esqueceu de falar comigo hoje´”, contou em tom de brincadeira. Cordeiro também matava o tempo antes de embarcar navegando pelo aplicativo WhatsApp.

Para ter acesso à rede, é necessário um cadastro, com nome e sobrenome, endereço, telefone e CPF, CNPJ ou passaporte, além de criar de um usuário e senha.

Essas exigências fizeram com que Francisco Guimarães, montador de centrais de telecomunicações de Rebouças, no interior do Paraná, desistisse de usar o wi-fi . “Já entrei numa fria por fornecer informações por computador. Acho que o serviço é bom, mas não me sinto confortável passando dados pessoais”, afirmou.

O gestor da Rodoferroviária, Vanderlei Gimenes, afirma que o cadastro é necessário para controlar os sites acessados e evitar visitas a conteúdos considerados impróprios. “É bastante simples e qualquer pessoa consegue fazer”, afirma.

Após realizar quatro testes na manhã desta segunda-feira (23), a Gazeta do Povo verificou que o wi-fi está atingindo a velocidade prometida pela prefeitura, de 4 megabytes por segundo. Apesar disso, o sinal caiu uma vez na área lateral dos caixas eletrônicos e alguns usuários mostraram dificuldade no acesso.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o wi-fi nas plataformas da Rodoferroviária foi oferecido sem custo adicional pela Oi como parte de sua proposta para renovação do contrato de transmissão de dados da Urbs. Mas há um detalhe: ao efetuar o cadastro, o usuário responde a uma pergunta sobre sua intenção em receber informações da Oi wi-fi.

Na avaliação do diretor da Rede Cidade Digital, entidade que estimula o uso de tecnologias, José Marinho, essa tendência já é observada em vários outros centros urbanos e o importante será acompanhar se Curitiba continuará investindo em projetos semelhantes.

Para Rosiane Correia de Freitas, professora de mídias digitais e jornalismo da Universidade Positivo, o investimento em infraestrutura digital pode representar economia em estrutura física. “Aeroportos e rodoviárias são locais em que as pessoas têm maior necessidade de informações, como itinerários de ônibus, entre outros serviços. Por isso, oferecer internet é uma saída para não investir tanto em pessoal nos centros de informações”, afirma.

Estrutura

Atualmente, 80 escolas municipais contam com internet wi-fi gratuita. Até o final do ano, a prefeitura planeja implantar o serviço em mais 50 escolas. Além disso, existem 11 pontos espalhados pela cidade com wi-fi gratuito, como no Largo da Ordem, no Mercado Municipal e nas Ruas da Cidadania da Matriz, Boa Vista, Boqueirão e Pinheirinho.

Apesar de estar olho na transmissão de dados digital, a prefeitura ainda não chegou a uma solução para um problema analógico: o conserto dos 20 relógios da Rodoferroviária, que estão deteriorados, como mostrou reportagem da Gazeta do Povo do dia 07 de março. De lá para cá, as estruturas, que estão no local desde a inauguração, em 1972, continuam aguardando por reparos. “Isso [conserto dos relógios] estava no plano da reforma para a Copa do Mundo. Mas a empreiteira responsável não conseguiu arrumá-los até agora”, disse gestor da Rodoferroviária, Vanderlei Gimenes.

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