Internet gratuita distrai e ajuda a passar o tempo

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Aproveitando o acesso livre à internet wi-fi na Rodoferroviária de Curitiba, o aposentado Acir Cordeiro, de 75 anos, se distraía na manhã de segunda-feira (23) trocando mensagens com a namorada pelo Facebook.“Como sempre está brigando comigo. Disse: ‘Bom dia pra você que se esqueceu de falar comigo hoje’”, contou Cordeiro, que mora em Itapema (SC) e vem a Curitiba para tratamento de saúde.

Para ter acesso à rede, é necessário fazer um cadastro, com nome e sobrenome, endereço, telefone e CPF, CNPJ ou passaporte, além de criar de um usuário e senha.

Essas exigências fizeram com que Francisco Guimarães, montador de centrais de telecomunicações de Rebouças, no interior do Paraná, desistisse de usar o wi-fi . “Já entrei numa fria por fornecer informações por computador”, afirmou.

O gestor da Rodoferroviária, Vanderlei Gimenes, afirma que o cadastro é necessário para controlar os sites acessados e evitar visitas a conteúdos considerados impróprios. “É bastante simples e qualquer pessoa consegue fazer.”

Após realizar quatro testes na manhã de segunda-feira (23), a Gazeta do Povo verificou que o wi-fi está atingindo a velocidade prometida pela prefeitura, de 4 megabytes por segundo. Apesar disso, o sinal caiu uma vez na área lateral dos caixas eletrônicos e alguns usuários mostraram dificuldade no acesso.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o wi-fi nas plataformas da Rodoferroviária foi oferecido sem custo adicional pela operadora de telefonia Oi como parte de sua proposta para renovação do contrato de transmissão de dados da Urbs. Mas há um detalhe: ao efetuar o cadastro, o usuário responde a uma pergunta sobre sua intenção em receber informações da Oi wi-fi.

Estrutura

Atualmente, 80 escolas municipais contam com internet wi-fi gratuita. Até o fim do ano, a prefeitura planeja implantar o serviço em mais 50. Pela cidade, existem 11 pontos com wi-fi de graça, como no Largo da Ordem, no Mercado Municipal e nas Ruas da Cidadania da Matriz, Boa Vista, Boqueirão e Pinheirinho.

Para Rosiane Correia de Freitas, professora de mídias digitais e jornalismo da Universidade Positivo, o investimento em infraestrutura digital pode representar economia em estrutura física. “Aeroportos e rodoviárias são locais em que as pessoas têm maior necessidade de informações, como itinerários de ônibus, entre outros serviços. Por isso, oferecer internet é uma saída para não investir tanto em pessoal nos centros de informações”, afirma.