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A família do jardineiro Nilson Pires de Camargo foi uma das 90 retiradas, ontem, de uma área de 14 mil m2 em Curitiba, por ordem judicial de reintegração de posse. As moradias de madeira, alvenaria e lona ocupavam um terreno particular na Vila Leonice, no bairro Cachoeira.

A instalação irregular dessas famílias acontecia desde 14 de agosto e a desocupação, com participação de 150 policiais militares, aconteceu pacificamente. "Essa é a quarta ocupação desde 2003. Não adianta cercar nem construir muro porque eles voltam a invadir", conta a proprietária do local, Célia Cortes.

A Vila Progresso, como era conhecida a ocupação, foi o melhor lugar encontrado por Camargo para iniciar sua vida em Curitiba. Vindo de Serra Negra, interior de São Paulo, com seus três filhos e sua esposa, o jardineiro buscava uma vida promissora no Paraná, mas agora não tem mais onde morar. "Por enquanto, vamos morar junto com um amigo, em outra invasão", conta. Há menos de dois meses, Camargo "comprou" um lote na vila por R$ 1 mil e lá construiu uma casa de madeira na Rua Oliveira, a única do conglomerado. "Aqui formamos uma grande família. Todos são amigos e cuidam da casa dos outros", relata.

Muitas famílias foram para outras invasões próximas ou encaminhadas para albergues. "Se a proprietária não tomar alguma providência, à noite já tem gente de volta aqui", alerta o tenente Márcio Lopes Takayasu. É isso que deixa a entender o pintor Milton dos Santos, um dos ocupantes da vila e participante de invasões há três anos. "Sou pioneiro nisso e não temos nada a perder. Temos que tentar a sorte", fala.

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