• Carregando...
Mansão cassino funcionava em imóvel de 2 mil metros quadrados, em Curitiba | Anderson Tozato / Tribuna do Paraná
Mansão cassino funcionava em imóvel de 2 mil metros quadrados, em Curitiba| Foto: Anderson Tozato / Tribuna do Paraná

Conclusão

Casa de jogos era frequentada por idosos, afirma polícia civil

Apesar da existência de suítes luxuosamente decoradas, a investigação da Polícia Civil concluiu que não havia exploração sexual na mansão-cassino. Por e-mail, a instituição ressaltou que o local era frequentado por idosos. "Foi constatado que realmente funcionava a jogatina, e que em sua esmagadora maioria os frequentadores eram pessoas de idade avançada."

A investigação também concluiu que não houve o envolvimento de qualquer policial civil na exploração do jogo na mansão. Segundo a polícia, tudo foi encaminhado ao Gaeco e todos os policiais que participaram da abordagem supostamente ilegal passam por sindicâncias.

Sumiço

Quanto ao desaparecimento de supostas provas, o Gaeco concluiu que não havia como provar que os objetos apreendidos haviam sido levados para a delegacia. Na época, policiais afirmaram que três celulares apreendidos foram devolvidos sem serem periciados e que uma relação com a identificação dos mais de 30 jogadores que estavam na casa sumiu sem ser incluída no termo circunstanciado.

  • Imóvel tinha suítes luxuosamente decoradas

Há pouco mais de um ano, uma inesperada batida policial em uma mansão-cassino no bairro Parolin, em Curitiba, iniciava uma guerra interna na Polícia Civil. Até agora nenhum envolvido com a casa de jogos ilegais foi denunciado à Justiça. Além disso, há um desencontro de informações sobre o estágio da investigação. Enquanto a polícia diz que enviou os nomes de dois responsáveis pelo cassino ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público (MP), o órgão afirma que não está com o caso.

Procurada na semana passada, a polícia informou que a corregedoria abriu investigação preliminar para apurar os fatos, já que, na época, o comando da instituição considerou o estouro da casa um ato de "milícia". Um grupo de policiais civis – com rostos encobertos e sem o comando de um delegado – entrou no imóvel para apreender máquinas caça-níqueis, em janeiro de 2012. Em razão disso, a corregedoria solicitou ao Gaeco uma investigação para checar a suspeita de tortura, abuso policial e formação de quadrilha.

"Dentro da mesma investigação da corregedoria, concluída com cerca de 1,7 mil páginas, apareceram indícios de que havia exploração de jogo por parte de André Luiz Czaban, que seria o responsável pelo imóvel, e Samuel Guilherme Schier Santos, que também estaria envolvido com a contravenção penal", explica a Polícia Civil. A instituição ressaltou que a cópia desta investigação também foi encaminhada ao Gaeco.

O coordenador estadual do Gaeco, Leonir Battisti, por sua vez, disse que a investigação sobre a autoria da exploração do jogo na mansão ficou a cargo da polícia. A reportagem tentou localizar os homens identificados, sem sucesso.

Punição

Os policiais que participaram da batida afirmam que continuam sofrendo pressão dentro da instituição. "Fui transferido quatro vezes. É uma forma de me punir", disse um deles. No ano passado, a polícia pediu abertura de investigação ao Gaeco contra dois dos agentes que teriam participado da ação. O órgão do MP recebeu um relatório de investigação preliminar da polícia para apurar suspeita de abuso durante a abordagem. Em novembro, o Gaeco pediu mais informações para poder seguir adiante. Segundo Battisti, ainda não houve resposta da polícia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]