Técnicos do Ippuc admitem a possibilidade de a Linha Verde ganhar novos semáforos no futuro. Segundo os arquitetos Luiz Hayakawa e Reginaldo Reinert, a instalação de novos sinaleiros dependerá da ocupação da via, já que o projeto de transformação da antiga rodovia prevê comércio diversificado e prédios habitacionais.
Os semáforos incluindo os sinaleiros "inteligentes", acionados por pedestres deverão ser a única saída, já que os técnicos do Ippuc descartam a possibilidade de o trecho sul receber passarelas ou viadutos. "Um viaduto inibe os empreendimentos: ninguém faz um centro comercial ao lado de um viaduto", afirma Hayakawa. "O tráfego que passa pelo viaduto não tem nenhuma relação com o comércio do local."
O arquiteto cita como exemplo o viaduto de 7 km que cortava o centro de Seul, na Coreia do Sul. Construído em 1968, ele foi demolido em 2004, em um processo de revitalização. "A lógica da Linha Verde é ocupar a antiga rodovia, a mesma ocupação dos eixos estruturais. Como se faz isso, como se geram empregos com viadutos, que matam o comércio e criam áreas degradadas?", questiona. A construção de viadutos, de acordo com o arquiteto, também iria contra a ideia de "afastar" o tráfego de caminhões.
"As pessoas ainda enxergam a Linha Verde como uma BR, ainda esperam a velocidade de uma rodovia", comenta Reinert. "O processo está no início, ainda não há quase nenhum empreendimento com o novo perfil. À medida que crescer, haverá mais semáforos. Nesse primeiro momento, a possibilidade de travessia está nas estações." No trecho já concluído, há seis pontos de travessia.
As passarelas "tradicionais" como as que existem sobre a BR-277 ou na própria Linha Verde, na altura do Colégio Mdedianeira são descartadas. "É uma agressão fazer o pedestre subir e descer", argumenta Reinert. De acordo com Hayakawa o projeto prevê a construção de passarelas elevadas entre os polos ou entre diferentes empreendimentos. Elas seriam instaladas pela iniciativa privada à semelhança da passarela do Shopping Mueller, sobre a Rua Mateus Leme.
O trecho norte, entre o Jardim Botânico e o Atuba (cujas obras ainda não começaram) terá viadutos, pois são obras já existentes.



