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A Praça Miguel Couto, a tradicional Pracinha do Batel, corre o risco de sofrer uma mudança drástica em seu formato, que tem mais de 70 anos. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) planeja construir uma rua que dividiria a praça ao meio, para tentar desafogar o trânsito no bairro – problema que deve piorar com a construção de um shopping center na Avenida do Batel. Pelo projeto, a via teria três faixas de tráfego (nove metros de largura) e faria a ligação entre as ruas Carneiro Lobo e Desembargador Costa Carvalho (veja quadro ao lado).

Hoje, os motoristas que descem a Carneiro Lobo em direção ao eixo norte da cidade precisam contornar a praça para chegar à Costa Carvalho ou ter acesso à esquerda na Rua Bispo Dom José – prolongamento da Avenida do Batel. O problema é que no contorno, cujo fluxo é disciplinado por um semáforo, passa apenas um veículo por vez, o que torna a via um "gargalo" do trânsito na região. Com a mudança, o contorno seria fechado para uso dos pedestres.

Tradicional ponto de encontro no bairro, a Pracinha do Batel abriga uma banca de jornais, duas floriculturas e árvores de médio e grande porte. A notícia da possível intervenção na praça surpreendeu e causou reações de rejeição entre moradores e comerciantes do bairro, que já preparam um abaixo-assinado. "Isso é um absurdo. A praça é um ponto de encontro no bairro, uma extensão da nossa casa. Como podem querer cortar árvores para fazer uma rua?", indaga Cibele Michelotto, moradora do Edifício Napoleão Sbravati, que fica em frente à praça.

Para a estudante Liliângela Heidorn, que ajuda os pais na banca de jornais, a mudança vai acabar com o perfil da praça, que costuma reunir crianças e idosos, e deixar o trânsito mais perigoso. "Os carros vão descer correndo a Carneiro Lobo. Pode apostar que à noite vão fazer racha por aqui", afirma. Já Vilma Winiarski, dona de uma floricultura na praça, diz desconhecer a proposta e por isso ainda não tem uma opinião formada.

Para não criar uma polêmica parecida com a do fim do estacionamento na Avenida Visconde de Guarapuava, o presidente do Ippuc, Luís Henrique Fragomeni, diz que nada será feito antes de ouvir a comunidade. "O projeto ainda não está decidido. Vamos explicar nossas razões e ouvir a opinião de cada um, assim como suas sugestões", explica. Uma reunião no Ippuc deve ser agendada nos próximos dias com representantes dos moradores e do comércio.

E você, o que acha desta mudança na Pracinha do Batel? Dê a sua opinião no Fórum da Gazeta do Povo Online. Para participar acesse o www.ondarpc.com.br/interativo.

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