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Abalado. Esta foi a palavra usada por familiares e advogados para descrever o estado de espírito do ex-comandante do Corpo de Bombeiros o coronel reformado Jorge Luiz Thais Martins ao receber a notícia da conclusão do inquérito em que ele é acusado de homicídio. A Delegacia de Homicídios (DH) indiciou o coronel por nove assassinatos, ocorridos entre agosto de 2010 e janeiro deste ano, no bairro Boqueirão, em Curitiba. "Ele está muito abalado. Não só ele, mas toda a família sofre com essas notícias. Principalmente em outubro [mês em que o filho de Martins foi assassinado, em 2009]. A gente revive tudo de novo", disse o irmão de Martins, o coronel da PM Mário Martins.

O ex-comandante dos Bom­­beiros soube da conclusão das investigações pela manhã, por meio da imprensa. "Ele fica se perguntando ‘por que eu?’. Mas vai ser feita a Justiça e o verdadeiro assassino vai aparecer. Porque a polícia sabe quem ele [o assassino] é", afirma Mário.

Os advogados do coronel, Sílvio Micheletti e Marilde Camargo, questionam supostas falhas ao longo das investigações. A defesa de Martins havia solicitado à DH a realização da reconstituição simulada dos fatos. No procedimento, as testemunhas que apontaram o coronel em reconhecimento pessoal seriam convocadas a detalhar como os crimes teriam ocorrido. A expectativa dos advogados era elucidar pontos dos depoimentos destas pessoas e, em seguida, confrontar as informações com os laudos de necropsia das vítimas. "Mas o procedimento foi indeferido pela polícia, que alegou que o prazo para a conclusão do inquérito já havia sido estendido e que havia dificuldades em localizar as testemunhas", disse Micheletti.

Marilde contesta ainda as­­pectos dos procedimentos em que Martins foi reconhecido por testemunhas. Segundo a advogada, esta etapa foi "su­­ges­­tionada", porque a imagem do coronel já havia sido divulgada na imprensa. "As supostas provas estão viciadas. Ou­­tra coisa que nos incomoda é a motivação [dos crimes]. Não existem indícios para oferecimento de denúncia [por parte do Ministério Público]", complementa Micheletti.

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