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Matheus da Silva Souza tem só 6 anos de idade, mas já é operário de uma das maiores indústrias do Brasil, a da reciclagem. Segue os passos do irmão Guilherme, de 16 anos, que desde os 7 anos trabalha catando lixo nas ruas de Curitiba e aos 13 já tinha o próprio carrinho, puxado pela égua Branca. Pagou tudo em 12 vezes de R$ 150. Caçula de seis irmãos, Matheus quer ser policial quando crescer.

Os dois irmãos moram no bairro Sítio Cercado e cruzam a cidade recolhendo papelão, latas, plástico e vidro para vender a um intermediário que revenderá para a indústria recicladora. Segundo Guilherme, dá para tirar uns R$ 600 por mês, pouco menos do que o pai ganha como caminhoneiro. Com o dinheiro, ele compra roupa, algumas coisas de uso pessoal e o resto dá para a mãe, uma diarista que não tem renda fixa. Guilherme estuda à noite e Matheus, de manhã.

Outros dois irmãos, Fernando e Thaís, de 17 e 12 anos, respectivamente, trabalham de segunda a sexta-feira na coleta de lixo reciclável. Levam tudo para um intermediário no bairro Parolin, onde moram. Ela puxa o carrinho lotado enquanto ele ajuda empurrando. Na rua, os carros passam raspando. Certa vez, um motorista alcoolizado destruiu o carrinho de Fernando, mas ninguém ficou ferido. Eles enfrentam os perigos das ruas para ajudar em casa. A mãe é diarista e o pai, pintor de parede. Fernando largou os estudos no ano passado, na 7.ª série, e Thaís estuda à tarde na 4.ª série, depois de reprovar um ano. (MK)

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