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Campo Grande – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu ontem a críticas e vaias que tem recebido desde a abertura dos Jogos Pan-Americanos, no dia 13 de julho, e em viagens pelo país.

Durante solenidade de lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Mato Grosso do Sul, o presidente, irritado, atacou quem o critica, dizendo duvidar que tenha havido na história da República um momento em que o país tivesse tanta robustez na economia como hoje.

"Sei que isso incomoda algumas pessoas", afirmou Lula, em discurso. "Passei agora ali e tinha meia dúzia de meninos gritando `Fora, fora, fora’. Algum de vocês com mais idade diga para eles que a eleição acabou em outubro e o mandato é de quatro anos. Mandem que se preparem para a próxima", afirmou o presidente. A solenidade teve cerca de duas mil pessoas reunidas no Clube Estoril, na capital sul-matogrossense e foi organizada pelo governador André Puccinelli (PMDB).

Lula afirmou que a democracia foi conquistada com dificuldade. "As pessoas acham que podem gritar ‘fora, fora’, ‘não gostei’ e li que o presidente não vai sair mais (por causa das manifestações) e vai ficar dentro do gabinete. Quem acha que pode me vencer na rua, pode tirar o cavalo da chuva, porque de rua eu entendo. Só acho que o presidente da República não pode fazer campanha os quatro anos".

Lula destacou a presença de políticos de diferentes partidos no lançamento do PAC no Mato Grosso do Sul. "Quando os políticos ficam de beicinho, ‘não vou lá porque sou oposição’, quando a gente faz burrice política, quem perde é o povo deste país". Antes de passar por Mato Grosso do Sul, o presidente esteve em Cuiabá, no Mato Grosso, onde não sofreu críticas e até brincou com uma viola.

O presidente voltou a criticar seus antecessores. Segundo ele, os adolescentes que se envolveram com o crime "não são filhos do Lula, são filhos do modelo econômico que implantaram no Brasil, filhos do ajuste fiscal". "E querem que eu resolva em quatro anos o que não resolveram em 100?", perguntou.

Em tom de crítica Lula agradeceu a imprensa pelas denúncias de mortes de crianças da aldeia Guarani–Caiuá, ocorridas em 2004 e 2005. Segundo ele, por ação do seu governo, a taxa de mortalidade na comunidade indígena caiu 82%. "Só queria que a imprensa, que fez as acusações, fosse lá e desse a notícia. Dêem a notícia. Podem dizer que foi por causa das denúncias, mas dêem a notícia".

Pacote

Lula voltou a defender o PAC, destacando o pacote de obras de saneamento de R$ 40 bilhões em todo o país, que foi lançado na última segunda-feira, e rejeitando possíveis críticas. "As pessoas dizem ‘esse Lula é louco, vai gastar R$ 40 bilhões em saneamento básico’. Tem gente que pensa isto: ‘está jogando dinheiro fora, fazendo coisa para pobre’." Segundo ele, os pobres só são valorizados em época de eleição. "Antes da eleição, 10 pobres valem mais que um jantar com um banqueiro. Depois, meio banqueiro vale mais que 10 mil pobres".

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