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O advogado do casal, Roberto Podval: acusado de insensibilidade | Danilo Verpa / Folhapress
O advogado do casal, Roberto Podval: acusado de insensibilidade| Foto: Danilo Verpa / Folhapress

A tática da defesa de pedir que a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, fique durante todo o julgamento no tribunal, incomunicável, revoltou a avó da garota, Rosa Maria Oliveira, que chegou a chorar durante o se­­gundo dia do júri. O pedido foi feito na segunda-feira pelo advogado de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, Roberto Podval, e aceito pelo juiz Mau­rício Fossen. Segundo Podval, pode ser necessária uma acareação no decorrer do júri. A mãe de Isa­bella está isolada e ocupa dependências da Justiça.

Ontem, no final da sessão, o promotor Francisco Cem­branelli voltou a pedir que Ana Carolina Oliveira seja liberada para assistir ao julgamento. Para ele, a mãe de Isabella "está sendo punida por ser testemunha". "Ela passou mal à noite e recebeu atendimento psicológico. Ela está sendo punida por ser testemunha", disse o promotor. "Rezo para que nada de mal aconteça a ela. Que ela sobreviva, e a defesa recupere o bom senso."

Emocionada, a avó de Isabella disse que a filha precisa do apoio da família neste momento. "Ela precisa ter o luto dela. Por dois anos ela não conseguiu enterrar a filha dela. Ela precisa do apoio da família", disse Rosa Maria, que chegou às 8h40 para o segundo dia do julgamento. "Minha neta não está em lugar nenhum, está dentro do coração da gente. Ela não morreu, ela não vai morrer. Eles nunca vão conseguir matá-la." Rosa Maria havia sido arrolada como testemunha pela acusação, mas foi dispensada pela própria Promotoria. O promotor Francisco Cembranelli argumentou que queria poupá-la, pois ela está muito sensibilizada.

Um dos objetivos da defesa pode ser evitar que Ana Carolina volte ao tribunal como espectadora, sensibilizando ainda mais o conselho de sentença. "Não é costumeiro fazer isso, mas é permitido", diz o criminalista Tales Castelo Branco. "Isso faz parte da tática da defesa, pois ela pode ainda passar por acareação e precisa ficar incomunicável", completa o advogado Carlos Kauffmann.

O criminalista Leonardo Pantaleão avalia que a presença o tempo todo de uma mãe que espera dos jurados uma resposta para a morte da filha pode causar impacto em quem vai julgar. "Para a defesa, foi uma estratégia que pode ser benéfica, ou seja, tirar a mãe da vista dos jurados", avalia. Durante o depoimento de Ana Carolina na noite de segunda-feira, uma jurada chegou a chorar.

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