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Curitiba – O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, fará ainda nesta semana um pedido de instauração de inquérito policial para investigar informações publicadas nas revistas "Veja" e "Isto É" nas últimas semanas. Os requerimentos, que serão enviados ao Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e à Procuradoria-Geral da República, incluem ainda a apuração de possíveis delitos cometidos por esses meios de comunicação.

No dia 8 de março a Veja publicou trechos de gravações do advogado e ex-conselheiro de Itaipu, Roberto Bertholdo, que insinuam a participação de Samek no perdão de dívidas de fornecedores de Itaipu em troca de propina. Bertholdo, preso em Curitiba por acusação de vários crimes, como evasão de divisas e tráfico de influências, nega o significado dado ao diálogo pela revista e afirma que o conjunto foi editado pelo seu ex-sócio, Sérgio Costa, para incriminá-lo. Na transcrição, Bertholdo teria dito que Samek cobrou US$ 6 milhões da empresa Voith Siemens para perdoar uma dívida de US$ 200 milhões.

"Nunca perdoei dívida nenhuma da Siemens até porque o trabalho ainda está sendo feito em nome do Consórcio Ceitaipu no valor de US$ 184 milhões. Houve atraso sim na entrega de duas unidades geradoras, por problemas em uma peça de segurança do conjunto, e a multa máxima prevista é de 10% do contrato, ou seja, US$ 18,4 milhões, mas que ainda será calculada de acordo com a demora. Ou seja, nunca chegaria ao que fala na revista, US$ 200 milhões", diz Samek.

Na semana seguinte, Veja publicou uma entrevista com o ex-deputado Tony Garcia na qual ele envolve Itaipu entre as empresas envolvidas em desvio de dinheiro para campanhas eleitorais. "Isso nunca aconteceu", afirma.

Mas foi com a Isto É que começaram as dores de cabeça de Itaipu este ano. Nos dias 18 e 25 de janeiro, a revista acusou a Binacional de manter um caixa 2 da ordem de US$ 2 bilhões, baseada em entrevistas de um ex-funcionário da empresa, Laércio Pedroso, que responde à processo na Vara Criminal Federal em Curitiba por falsificação de documentos públicos.

"Por causa desses fatos houve uma quebra de credibilidade em uma das principais empresas do país. As revistas e os autores das reportagens serão processados e terão de pagar indenizações. Não quero ficar o tempo todo na imprensa para provar que não sou ladrão", desabafa.

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