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Rua 24 de Maio, uma das mais movimentadas de Curitiba, com poucos carros em janeiro: tranquilidade dura pouco | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Rua 24 de Maio, uma das mais movimentadas de Curitiba, com poucos carros em janeiro: tranquilidade dura pouco| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Frota chega a 1,1 milhão em Curitiba

Curitiba chegou ao fim de 2009 com 1,149 milhão de veículos, um aumento de 4,7% em relação ao ano anterior. O total da frota paranaense cresceu 7,5% e está com 4,684 milhões de carros, caminhões, motocicletas e outros veículos. O aumento foi mais uma vez puxado pelas motocicletas. A capital tem 6,1% mais motos na ruas do que em 2008 e o estado, 8,7%, segundo o Detran.

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Férias escolares e uma temporada na praia não são uma folga só para quem tem a oportunidade de fugir dos grandes centros com a família. Para quem ficou em Curitiba no mês de janeiro, a cidade um pouco esvaziada trouxe ao menos um benefício: o trânsito menos intenso. De acordo com estimativa da Urbs, empresa responsável pelo trânsito em Curitiba, o número de veículos circulando nas ruas costuma diminuir em torno de 10% em janeiro. É como se nesses dias o tráfego na capital voltasse no tempo para o ano de 2007, quando a frota curitibana ultrapassou a marca de 1 milhão de veículos. Hoje, o número é de 1,1 milhão.

A folga dura até a primeira semana de fevereiro, quando a maioria das escolas e faculdades retoma as aulas. Pontos constantes de engarrafamento ficam mais fluidos, percebem os motoristas. O taxista Cláudio Kahl, 45 anos, já está acostumado a fazer o trecho da Marechal Floriano entre a Getúlio Vargas e a Praça Carlos Gomes em mais de 20 minutos. Nas últimas semanas, a viagem não dura mais que 10 minutos, estima. "Nas férias também há menos trabalho, mas pelo menos não chego ao fim do dia tenso", pondera Kahl.

Quem depende do transporte público também sente a diferença. Já houve vezes em que a auxiliar de dentista Kelly Cristina Santos, 41 anos, chegou em casa no dia seguinte, depois da aula noturna, no bairro Santa Quitéria. "Desde que acabaram as aulas, estou levando 20 minutos, em vez dos 50 de sempre", comenta.

Guacira Civolani, gestora de operações da Urbs, considera que essas folgas no sistema viário da cidade evidenciam que ele está adequado a uma realidade de anos atrás, mas cada vez mais próximo do limite. "Um milhão vai bem, já mais de 1,1 milhão começa a causar lentidão em alguns pontos", observa. Por isso, a Urbs lança mão regularmente de suas principais ferramentas: a reprogramação periódica dos tempos dos semáforos e a proibição de estacionamento na região central. Paralelamente, o Instituto de Pesquisa e Planeja­­­mento Urbano de Curitiba (Ippuc) conduz as adequações ao plano viário de Curitiba.

Novos caminhos

A percepção de que o sistema viário parou no tempo em algumas cidades motivou políticas como o rodízio de placas e a restrição de tráfego de caminhões em outros municípios, cita o professor de Engenharia de Tráfego Pedro Akishino, da Universidade Federal do Paraná. Uma tentativa de voltar as folhas do calendário, com efeito passageiro, considera. Curitiba não ganha desses exemplos no quesito criatividade. "Estamos há algum tempo esperando soluções ousadas, mas vemos a repetição de binários e fim de estacionamentos. O ideal seria começar um plano viário do zero, fazer com que os carros fluam por outros caminhos", opina.

Essa readequação não deve deixar de lado a possibilidade de reduzir a parcela dessa frota que sai às ruas todo dia, fazendo do transporte público uma opção viável a todos. Mas isso é difícil se o ônibus não oferece algum nível de conforto ao proprietário de um automóvel, ressalva a psicóloga de trânsito Alessandra Bianchi. "Não estamos falando de assentos estofados para todo mundo e ar condicionado, mas ao menos espaço para ele ficar de pé sem aperto. Se não há isso, ele não tem por que trocar o tempo perdido no volante pelo tempo sofrido no ônibus."

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