
- Michelin diz que presidente da empresa na América do Sul está no voo
- Cabral decreta luto oficial por três dias no Rio de Janeiro
- Passageiros enviaram mensagens por celular aos familiares, diz jornal português
- Área onde avião desapareceu tem tempestade "contínua", diz meteorologista
- Presidente da Companhia Siderúrgica do Atlântico está no avião da Air France que desapareceu
- Veja nomes de passageiros do voo AF 447, segundo familiares e empresas
- Professor da UFRJ está entre os passageiros do voo AF 447
- Consulado não foi procurado por familiares de paranaenses
- Mídia francesa destaca desaparecimento
- Lula diz compartilhar dor de parentes
- Piloto de rota comercial viu "pontos laranjas" no oceano, diz Aeronáutica
- Cantora de Brasília e maestro embarcaram no voo da Air France
- Piloto diz que na rota Rio-Paris é preciso ficar atento ao passar pelo oceano
- Dor e queixas de parentes marcam o dia no Aeroporto Tom Jobim
- Veja nomes de passageiros do voo AF 447, segundo familiares e empresas
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou nesta terça-feira (2), em entrevista sobre o desaparecimento do Airbus A330 da Air France, que "o avião caiu naquele quadro", referindo-se a uma área perto de onde foram localizados destroços nesta madrugada. Segundo o ministro, o avião Hércules da Força Aérea Brasileira identificou diversos materiais em uma faixa de cinco quilômetros. O local fica dentro da área abrangida pelo arquipélago de São Pedro e São Paulo.
O Airbus da Air France desapareceu após decolar do Rio de Janeiro no domingo (31) em direção a Paris. O voo AF 447 levava 228 pessoas. De acordo com a Air France, o voo tinha previsão de chegar à capital francesa às 6h15 desta segunda-feira.
De acordo com Jobim, a primeira detecção de materiais metálicos e não metálicos foi feita à 1h. "Às 5h37 minutos da manhã de hoje, o C-130 tinha avistado manchas de óleo na região, nesta zona que chamamos de zona de busca", afirmou.
Jobim afirmou que as aeronaves ainda avistaram destroços e uma poltrona. Elas puderam avistar uma boia laranja, pedaços brancos, tambor e vestígios de querosene e óleo, visualizados às 6h49m. No início da tarde foi observada fiação da aeronave.
Os objetos encontrados no mar serão recolhidos e embarcados no navio Grajaú, da Marinha. A embarcação levará o material para Fernando De Noronha. De acordo com o ministro, as investigações ficam sob responsabilidade do governo na qual a aeronave foi registrada, no caso, a França. O Brasil ficará responsável pela busca de corpos e destroços.
Investigações
Jobim explicou que as investigações são realizadas pelo governo do país onde a aeronave está registrada. O Brasil vai auxiliar nas buscas e no resgate das vítimas. "A investigação é de competência do governo francês", afirmou Jobim.
Segundo a Aeronáutica, por conta da Convenção de Aviação Civil Internacional (Convenção de Chicago), o responsável pela investigação do voo AF 447 será o Estado francês, por meio do Bureau D'enquêtes et D'Analises (BEA), com apoio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
O ministro ressalta ainda que não é possível saber se o avião explodiu. Disse ainda que não conversou com familiares sobre a possibilidade de haver sobreviventes. "A operação está se fazendo em cima de resultados, não de hipóteses. Se trabalhassemos com hipóteses poderiamos suspender as buscas", disse.
Dois investigadores do órgão francês já estão no Rio de Janeiro e serão acompanhados por técnicos do Cenipa e do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos no Rio em Recife.
Familiares
O ministro teve um encontro com a famílias dos passageiros que estavam a bordo do avião.
Sobre a lista de passageiros, Jobim afirma que pela legislação internacional, a lista é fornecida pela empresa responsável pela aeronave. Alguns parentes afirmam que não desejam que os nomes das vítimas estejam na lista.
A diretora da Air France no Brasil, Isabella Birein, informou que a lista dos passageiros que embarcam no vôo AF 447 da Air France no domingo (31) será divulgada, provavelmente, nesta quarta-feira (3).
A diretora acrescentou que a empresa ainda não terminou de checar se todas as famílias de passageiros e tripulantes foram avisadas do acidente.
Luto Oficial
O presidente em exercício, José de Alencar, decretou na noite desta terça-feira (2) luto oficial de três dias pela possível morte dos passageiros do voo AF 447 da Air France, que desapeceu no último domingo quando fazia o trajeto Rio-Paris.
Tarefa épica
Os primeiros relatos de observação dos possíveis destroços de um avião da Air France desaparecido sinalizam o início do que deverá ser uma das operações mais desafiadoras já organizadas para recuperar uma "caixa-preta".
A caixa, que na verdade se constitui em dois aparelhos diferentes contendo gravações das vozes da cabine do piloto e dados de instrumentos, representa a melhor oportunidade de descobrir por que o Airbus sumiu numa tempestade sobre o Atlântico na rota Rio de Janeiro-Paris com 228 pessoas a bordo.
Os equipamentos são programados para enviar sinais de orientação ao atingir a água, mas apenas localizá-los apresenta-se como uma das tarefas de resgate mais árduas desde a exploração do Titanic e, com sorte, poderá levar meses, dizem especialistas.
Se estiverem em águas tão profundas como temem algumas pessoas, 4 mil metros ou mais, submarinos-robô chegarão a seus limites. No entanto, outros desastres do passado levaram a progressos na tecnologia, trazendo esperança para se descobrir o que aconteceu.
As caixas-pretas têm um sinalizador para debaixo d'água chamado "pinger" que é acionado quando o gravador está imerso em água. O sinalizador é capaz de transmitir a partir de profundidades de até 4.300 metros, de acordo com o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos.
Recorde de profundidade
O Brasil informou na terça-feira que aviões militares localizaram destroços a cerca de 650 quilômetros de Fernando de Noronha (PE).
Com base nas notícias da provável localização do avião, Neil Wells, professor de oceanografia e meteorologia do Centro Nacional de Oceanografia da Grã-Bretanha, disse que a caixa-preta poderia estar a mais de 4 mil metros abaixo da superfície.
Profundidades como essas estão bem abaixo do alcance de embarcações com tripulação.
Uma série de "prowlers" para águas profundas, como o Alvin da Marinha dos EUA, que vasculhou os destroços do Titanic a 4 mil metros de profundidade no Atlântico em 1986, pode ser equipado para essas profundezas.
Um relatório da Marinha norte-americana baseado em desastres similares, divulgado sob a Lei de Liberdade de Informação no ano passado, considerou possível resgatar destroços de aeronaves, incluindo caixas-pretas, em profundidades de até 6 mil metros.









