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Brasília – Em depoimento à CPI dos Sanguessugas, o ex-analista de risco e mídia do PT Jorge Lorenzetti isentou ontem o presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini, de envolvimento na compra do dossiê antitucano. Lorenzetti assumiu a responsabilidade por autorizar a negociação do material com o empresário Luiz Antônio Vedoin e sem a participação de Berzoini.

"Sobre esse processo, não troquei nenhuma informação com o deputado Berzoini. Eu tratava com ele de agendas da campanha (do presidente Luiz Inácio Lula da Silva), mas nunca desse assunto", disse.

Apesar de admitir as negociações de petistas com Vedoin, Lorenzetti foi enfático ao afirmar que o partido não autorizou o pagamento de R$ 1,7 milhão em troca do material.

Segundo o ex-analista do PT, a ordem era negociar o conteúdo do dossiê em troca de apoio jurídico aos Vedoin quando eles fossem tornar públicas as denúncias contra tucanos, sem qualquer quantia financeira.

"A assistência jurídica foi uma demanda deles. Nós iríamos disponibilizar advogados para reforçar a defesa jurídica. O nosso interesse era o sucesso da entrevista do Vedoin (às revistas Época e IstoÉ) e a entrega dos documentos à Polícia Federal", disse.

Lorenzetti também negou ter negociado o material antitucano com Valdebran Padilha (apontado como o elo entre o PT e os Vedoin em Mato Grosso), Vedoin ou Paulo Roberto Trevisan, tio de Vedoin. Valdebran Padilha também foi ouvido pela CPI dos Sanguessugas. Ele minimizou sua participação na compra do dossiê.

Ele reconheceu que foi a São Paulo participar do pagamento do R$ 1,7 milhão a Vedoin.

No entanto, disse que participou da negociação somente como "observador" para garantir que o dinheiro seria pago pelos petistas "aloprados" (apelido que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu aos envolvidos) a Vedoin – de quem diz ser amigo há mais de seis anos.

"Minha participação foi unicamente para ajudar uma pessoa que eu conheço há muito tempo. Não negociei valores, não negociei informações, não tinha participação nenhuma no transporte do dinheiro. O meu acompanhamento foi somente verificar se o pessoal (Gedimar Passos e Expedito Veloso) iria efetivar a ajuda financeira a Vedoin", disse.

Elo com o PT

Valdebran, que foi preso junto com Gedimar Passos com o dinheiro que seria usado para a compra do dossiê, também negou ser o elo entre o Diretório Nacional do PT e os Vedoin.

"Eu nunca liguei para o comitê de campanha do PT, nunca liguei para o Jorge Lorenzetti. Eu era um simples filiado ao PT de Mato Grosso", afirmou.

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