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Rapaz de 17 anos agredido por policiais em Foz do Iguaçu: 84 pontos | Christian Rizzi/Gazeta do Povo
Rapaz de 17 anos agredido por policiais em Foz do Iguaçu: 84 pontos| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Foz do Iguaçu - Um adolescente de 17 anos levou 84 pontos na cabeça após ser agredido na madrugada de sábado no bairro de Três Lagoas, em Foz do Iguaçu. Ontem, o pai do rapaz, o comerciante Mauro Henrique da Silva, procurou o Ministério Público para denunciar o caso. A vítima, que tem marcas de ferimentos por todo o corpo, alega ter sido confundida com um assaltante e apanhado de dois policiais militares.

O adolescente conta que foi abordado por volta das 3h30 quando voltava de bicicleta de uma festa. Ao ser parado, os policiais teriam perguntado a ele sobre o dinheiro de um assalto e começaram a agredi-lo com coronhadas de revólver. Intimidado e com medo, o menino alega ter mentido dizendo que o dinheiro estava em uma casa ao lado da sua. Enquanto os PMs saíram do carro para ir à casa indicada, ele teria gritado o nome do pai pedindo ajuda.

Segundo o rapaz, ao perceberem que o dinheiro não estava no local, os policiais o agrediram novamente. Em seguida, o levaram às margens do Lago de Itaipu, perto do bairro onde o rapaz mora. Ao chegar ao lago, o menino disse ter apanhado novamente. Minutos depois, o pai do rapaz, que escutou o filho o chamar e teve a intuição de ir ao lago, chegou ao local e as agressões teriam continuado. Os policiais só teriam parado de bater na vítima depois de o pai diz que mais gente sabia que o filho estava no lugar. "Eu estou vivo por Deus", diz o rapaz.

Em seguida, segundo a versão do adolescente, os policiais o colocaram novamente no camburão dizendo que o levariam à 6ª Subdivisão da Polícia Civil. O pai estava em carro próprio, mas no percurso os PMs teriam desviado o caminho, parado o veículo e disparado dois tiros no vidro. Para o adolescente, essa manobra foi feita para incriminá-lo.

O delegado da Polícia Civil Adilson Ricardo da Silva, que estava de plantão, registrou a ocorrência. Segundo ele, os PMs alegaram que foram ao bairro atender a uma ocorrência de disparo de arma de fogo e já encontraram o rapaz machucado e com a roupa rasgada. O adolescente, conforme a versão da PM, caminhava em direção ao carro da polícia e de repente disparou os dois tiros que atingiram o vidro. Em seguida teria soltado a arma e levantado os braços. Houve luta corporal, conforme o depoimento, e os PMs detiveram o adolescente e o levaram à delegacia. Segundo o delegado, o adolescente teria dito aos PMs que tinha participado de um assalto e o comparsa dele estaria com o dinheiro. O delegado instaurou procedimento por disparo de arma de fogo e dano ao patrimônio público e o rapaz foi liberado.

O caso foi encaminhado ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) pelo fato de o rapaz não ter 18 anos e ter sido agredido. Segundo o delegado, o adolescente não quis dar declarações no dia da ocorrência. A polícia aguarda resultado de exames de corpo de delito e das investigações para elucidar o caso.

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