A investigação da Polícia Civil descartou a hipótese de sequestro de uma adolescente de 16 anos, moradora de Guarulhos, na Grande São Paulo, que foi localizada na semana passada em Itaguaí, região metropolitana do Rio de Janeiro.

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Segundo o delegado adjunto da 50ª DP (Itaguaí), Adriano Leal Baptista, foi instaurado um procedimento contra a jovem pelo delito de denunciação caluniosa. Ela havia dito à polícia que foi sequestrada, sofreu abuso sexual e foi obrigada a embalar drogas quando estava no cativeiro.

"Descobrimos que não houve nenhum sequestro. No período que ela disse que estava sob cárcere de traficantes, ela frequentava uma lan house em Itaguaí. Ela entrava na internet com um cadastro pessoal que só ela tinha", disse Baptista.

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O delegado explicou que a adolescente pode sofrer uma medida sócio-educativa por falsa denúncia. O caso já foi encaminhado para a Vara da Infância e Juventude da região.Ainda de acordo com o delegado, a garota registrou queixa na delegacia no último dia 4. Em depoimento, ela disse que teria sido posta na mala de um veículo junto com outra adolescente, não identificada, e que teria sido amordaçada, algemada e mantida presa por um mês na favela da Mangueirinha, no município.

"Ela afirmou que estava sob o julgo de um traficante, sendo explorada sexualmente, escravizada, obrigada a preparar drogas para venda, ingerindo resto de comida. Disse que só quando os traficantes fizeram entrega de armamento que ela foi junto e assim que eles pararam o carro ela disse que conseguiu fugir e procurou a PRF (Polícia Rodoviária Federal) que a trouxe à delegacia", contou Baptista.

Durante operação na favela da Mangueirinha, a polícia prendeu dois suspeitos de tráfico de drogas, entre eles Michael Gouveia Ramos da Silva, conhecido como China, que, segundo a polícia, teria se relacionado com a jovem.

"A investigação aponta que a garota teria mantido relacionamento com o traficante e numa suposta traição recebeu uma surra dele. Ela tinha realmente marcas no corpo, estava machucada e com sangramento no nariz, mas disse que foi por causa do sequestro", afirmou.

Silva confirmou à polícia que se relacionou com a menina, mas negou que tenha agredido ou sequestrado ela. A polícia afirma que duas colegas da jovem disseram ontem em depoimento que ela passou o último mês na casa delas e mentia sobre o sequestro.A mãe da jovem também foi ouvida por policiais da delegacia de Guarulhos. "Ela disse em depoimento que a filha tem transtorno psicológico, fazia tratamento, já tinha sumido outras vezes, é uma menina rebelde", contou Baptista, que afirmou ainda que investiga como ela sofreu ferimentos.

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