Rio (AE) – Terminou em tragédia a operação realizada ontem pela Polícia Federal (PF) de combate à pedofilia na internet. Um jovem de 17 anos teria se jogado da janela do quarto, no sexto andar, logo após a chegada de quatro agentes ao apartamento da família, no Maracanã, zona norte da cidade. A PF cumpria mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça. Quatro pessoas estavam na casa – o pai, a mãe e a irmã, além do jovem, que morreu no local minutos após a queda, por volta das 6h30.

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Havia três computadores no apartamento. Enquanto um delegado e um perito vistoriavam o do pai, o menino saiu da sala, entrou no quarto, sozinho, e encostou a porta. Segundo o relato da PF, um policial pediu à mãe que chamasse o filho, por causa da possibilidade de destruição de provas. Quando ela entrou, ele já havia se jogado. O rapaz caiu no estacionamento do prédio. Um morador do primeiro andar, enfermeiro, ainda tentou socorrê-lo. Peritos da Polícia Civil foram chamados e o corpo só foi retirado no fim da manhã. A família não quis falar com os jornalistas. O pai contou apenas aos policiais que o filho tinha passado a noite inteira no computador.

Os policiais federais verificaram os computadores da casa, mas não encontraram nada suspeito nas máquinas da irmã e do pai. O computador do jovem foi apreendido. No fim da tarde, o superintendente da PF no Rio, José Milton Rodrigues, afirmou que havia imagens de pornografia com menores de 14 anos no computador da vítima e a perícia identificou registros de recebimento e transmissão delas.

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Rodrigues disse que mandou instaurar inquérito para apurar eventuais falhas na operação. "Tudo leva a crer que se trata de suicídio, óbvio. Se houve falha, isso vai ser apurado no inquérito, em que circunstâncias o fato ocorreu. É prematuro dizer se houve ou não qualquer tipo de falha antes da conclusão da investigação."

Operação

A PF realizou buscas em 11 estados, inclusive no Paraná. A operação, batizada de Azahar, foi realizada simultaneamente em outros 24 países e os resultados serão divulgados sexta-feira pelo governo espanhol, que comandou as ações, com a ajuda da Interpol e dos demais governos.

No Brasil, a pedofilia foi gravemente amplificada com a facilidade de difusão impune via internet. A situação chegou a tal ponto que a PF está estruturando uma divisão de crimes cibernéticos, com foco na prostituição infanto-juvenil. Os vídeos, filmes e materiais apreendidos envolvem na maior parte menores aliciados para a prática de sexo pervertido. Mas incluem cenas chocantes, como bebês de até seis meses sendo violentados por adultos. "São cenas abjetas, indescritíveis. Fico com o estômago embrulhado toda vez que vejo essas imagens", disse o delegado Adauto Almeida Martins, que comanda a divisão de crimes cibernéticos da PF.

A operação

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