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Ponta Grossa – Um grupo de jovens de ambos os sexos, que se vestem de preto e vagam pelas ruas à noite, pode estar por trás da depredação de túmulos no principal cemitério de Ponta Grossa. A informação é da delegada Araci Carmen Costa, que comanda a investigação. Entretanto, nenhum nome foi apontado ainda. A polícia apura se o grupo pertence a alguma seita religiosa.

Os atos de vandalismo ocorreram três dias depois da celebração de finados. Quarenta túmulos foram parcialmente destruídos. Os administradores do cemitério encontraram muitas imagens quebradas e até ossos expostos. Pichações também marcaram a passagem dos vândalos. Nada foi roubado.

Com 2,3 mil jazigos e fundado em 1870, o Cemitério São José, que fica no centro da cidade, tem relevância histórica. Mausoléus antigos, de famílias influentes, não foram poupados. Um túmulo datado de 1924 foi queimado.

"É o cúmulo. Não respeitam nem quem está morto", lamenta a representante comercial Vera Lúcia de Souza, que estava visitando a sepultura da avó. "Eu fiquei imaginando se acontecesse com alguém da minha família. Só pode ser gente que não pensa para fazer isso", diz, indignada. Mais revoltada ainda ficou Lelita Ronchi. A cruz de granito que estava sobre o jazigo dos pais foi partida em quatro pedaços. "Não tem nem o que dizer. Isso é coisa de bandido", afirma.

O muro do São José é baixo – facilmente transponível. Além disso, não há vigia noturno. O cenário facilitou a ação dos vândalos e não deve mudar tão cedo. Segundo o secretário municipal de Obras, Olímpio Malucelli Filho, nada foi feito ainda para dificultar o acesso dos depredadores. Algumas possibilidades estão sendo estudadas, como a instalação de cercas elétricas e melhorias na iluminação. Já a alternativa de colocar guardas municipais no local foi totalmente descartada. "Não temos pessoal e a prefeitura está impedida de contratar mais gente", enfatiza.

Os responsáveis pela depredação podem ser julgados por violação de sepultura, de acordo com o artigo 210 do Código Penal, e condenados a uma pena que varia de um a três anos de prisão.

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