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A psicóloga e psicanalista Diana Dadoorian pesquisa há 20 anos o tema gravidez na adolescência e hoje é integrante do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela percebeu que a maioria das adolescentes conhece os métodos contraceptivos, mas opta por engravidar por um desejo pessoal, muitas vezes alimentado pelo namorado. "Por motivos conscientes ou inconscientes, as adolescentes têm o desejo de constituir uma família. Sobretudo nas classes populares, o filho significa a passagem de um status. Ela deixa de ser menina para ser uma mulher", afirma.

A equipe da Secretaria de Es­­­tado da Família e do Desen­­vol­­­vimento Social do Paraná, que rea­­­liza o programa Atitude, fomentador do protagonismo juvenil, também percebe essa tendência. "Há meninas que querem ser mães, assumir a responsabilidade de ter uma família. É como se fosse um rito de passagem que segue uma cultura local", aponta a assistente social e coordenadora de Proteção Social Básica da secretaria, Letícia Regina dos Reis. Essa percepção acontece principalmente nos núcleos de Colombo e Piraquara atendidos pelo programa – ambos na região metropolitana de Curitiba.

Diana acredita que esse olhar sobre a gravidez na adolescência pode nortear políticas públicas mais eficazes. "Não adianta só ensinar a usar a camisinha, tem que estar atento a esses fatores psicossociais que envolvem a gravidez na adolescência", considera.

A psicóloga lembra ainda que, apesar de ser mais presente nas classes pobres, a gravidez na adolescência é universal. "Ela está em todas as classes sociais", lembra. Portanto, segundo Diana, é importante que os pais mantenham uma linha permanente de diálogo com as filhas e os filhos adolescentes. "Não adianta ser uma família muito permissiva nem muito repressora, os extremos nesses casos não são positivos", opina.

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