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O juiz Sandoval Gomes de Oliveira, presidente do Tribunal do Júri de Brasília, aceitou nesta sexta-feira (1º) denúncia do Ministério Público contra a arquiteta Adriana Villela, acusada pela morte do pai, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral José Villela, da mãe, Maria Carvalho Mendes Villela, e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva. Com isso, Adriana passa a ser ré no processo.

Adriana foi denunciada na sexta-feira (24) pelo Ministério Público do Distrito Federal pelo crime. A denúncia foi oferecida pelo promotor Maurício Miranda. Ela nega ter relação com as mortes.

O advogado de Adriana, Rodrigo Alencastro, afirmou que a denúncia é precipitada. "Ela foi denunciada sozinha por um crime que já se sabe contou com a participação de outras pessoas. A palavra é precipitação para descrever isso", disse. "O juiz somente seguiu o rito previsto na lei. Recebeu a denúncia e agora irá intimar Adriana para que ela apresente a defesa", afirmou.

No mesmo despacho, o juiz rejeitou os pedidos de prisão preventiva de Adriana e cinco citados no inquérito que investiga o crime, ocorrido em 2009. Na decisão, o juiz afirma que "a prisão antes de formada a culpa, por meio de sentença penal condenatória, constitui medida odiosa e excepcional, razão por que o ordenamento jurídico indica as razões justificadoras".

Ao todo, a polícia pediu a prisão preventiva de outros cinco suspeitos de envolvimento na morte do ex-ministro. Quatro deles tiveram a prisão solicitada porque, segundo a polícia, estavam obstruindo as investigações. O juiz negou todos os pedidos.

Após analisar a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal, o juiz expediu nesta sexta um mandado intimando Adriana Villela para responder à acusação do MP. A arquiteta tem o prazo de dez dias cumprir a intimação.

O caso

O ex-ministro foi encontrado morto com a esposa e a empregada doméstica no dia 31 de agosto de 2009. O caso ficou conhecido como o "o crime da 113 Sul", em referência ao endereço em que o ex-ministro morava, uma área nobre de Brasília. No início das investigações, a polícia chegou a afirmar que o suspeito do crime era "conhecido e ligado à família".

Os corpos foram encontrados em estado de decomposição. Uma neta do casal afirmou à polícia que os avós não teriam aparecido na sexta-feira anterior à descoberta dos corpos ao escritório de advocacia que Villela mantinha em Brasília. A neta encontrou os corpos após chamar um chaveiro para abrir a porta do apartamento.

Mineiro da cidade de Manhuaçu, Villela tinha 73 anos. Chegou a Brasília nos anos 60. Atuou como procurador do Tribunal de Contas do Distrito Federal e, na década de 80, como ministro do TSE. Como advogado, atuou no caso Collor em 1992 e, mais recentemente, no processo do mensalão.

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