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Cuiabá – O juiz da 2.ª Vara Federal de Cuiabá (MT), Jeferson Schneider, atendeu a um pedido do PT e afastou o sigilo do relatório parcial da Polícia Federal (PF) sobre a investigação da origem do dinheiro que seria usado na compra do dossiê contra tucanos. Segundo o juiz, a medida visa a evitar manipulação de dados em período eleitoral.

Schneider manteve, porém, em sigilo as quase 800 páginas do inquérito, aberto pela PF em setembro, para apurar a origem do dinheiro e envolvimento de petistas.

No inquérito, há dados sobre quebra de sigilos telefônicos que apontaram ligações de Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para Jorge Lorenzetti, ex-assessor da campanha à reeleição. As ligações ocorreram no dia da prisão de Gedimar Passos e Valdebran Padilha, que estavam o dinheiro no hotel Íbis em São Paulo.

Lorenzetti é acusado pela PF, no relatório tornado público hoje pelo juiz, de ter comandado a operação de compra do dossiê. Ele nega.

"O sigilo absoluto dos dados e documentos viola o interesse público da sociedade à informação veraz, dando causa à desinformação e abrindo espaço à ilegítima manipulação dos dados para os mais diversos fins, especialmente, durante o curso de um processo eleitoral", afirmou o juiz ao decidir pela quebra do sigilo do relatório.

Na quinta-feira passada, a coordenação nacional da campanha de Lula e o Diretório Nacional do PT colocaram à disposição da Justiça Federal os sigilos bancários. O partido ainda pediu ao juiz o afastamento do sigilo de todo o inquérito.

Vazamento

Embora a decisão do juiz tenha sido tomada no sábado à tarde, pela manhã cópia do relatório já estava na internet.

"O constante vazamento de informações sobre os dados e documentos contidos no inquérito policial, assim como em relação às diligências policiais e requerimentos, mais do que manter a sociedade bem informada, vem causando desinformação generalizada e prejuízo efetivo no resultado das diligências, podendo vir a acarretar responsabilidade funcional", afirmou o juiz.

Schneider autorizou a CPI dos Sanguessugas a ter acesso aos dados, mas, na sexta-feira, a assessoria da comissão não conseguiu ter acesso ao relatório parcial.

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