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Antonio Jairo em seu escritório. Dezenas de livros sobre como levar bem o relacionamento a dois | Antônio More/Gazeta do Povo
Antonio Jairo em seu escritório. Dezenas de livros sobre como levar bem o relacionamento a dois| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

O casamento não se restringe àquele momento da troca de alianças. Viver a dois requer dedicação mútua dos parceiros para que o matrimônio seja renovado diariamente. Essa é a principal lição que o pastor Antonio Jairo Porto Alegre procurou transmitir aos quase 10 mil casais que uniu nos últimos 52 anos – a grande maioria celebrada a partir de 1997, quando foi convidado a ser juiz de paz.

Experiência não falta a esse gaúcho de Santa Maria. Aos 73 anos, sendo 52 deles na companhia da esposa Dionila, também juíza de paz, Antonio Jairo se reúne com pretendentes ao altar para compartilhar suas vivências. Em encontros de cerca de duas horas, o casal tenta conhecer melhor os noivos para personalizar a cerimônia e transmitir conselhos para uma união duradoura. "O casamento se renova todos os dias com respeito, companheirismo, diálogo, bom humor, compreensão, perdão e gentileza", resume. "A união deve ser solidificada pela graça de Deus. E aconselho que os casais jamais durmam brigados", complementa.

Apenas 30% dos noivos participam do bate-papo com o casal Porto Alegre. São aqueles que decidiram celebrar o casamento em igreja ou outro local, como restaurante ou chácara. Os demais são pessoas que casam em cartório e não chegam a ter um contato prévio com Antonio Jairo, que atualmente atua no Tabelionato Bacellar, no bairro Bacacheri, em Curitiba. "Em todos os casos levamos palavras de incentivo, apoio e fé que agregam todas as religiões", diz o juiz.

Inesquecíveis

Na última semana, 11 uniões foram somadas às estatísticas de Antonio Jairo. Entre os milhares de casamentos estão os de personalidades do esporte, artistas globais, filhos de políticos e centenas de anônimos. "Para mim, todos os casamentos são iguais e têm o mesmo valor. Nunca nos negamos a celebrar uma união."

Contudo, sempre há aqueles casos que não são esquecidos, seja pelo local (um bar de rock e blues, um casamento caipira ou o apartamento onde vive o juiz), pelos noivos (o taxista que casou com a passageira, o detento que casou na prisão, o senhor italianos de 85 anos que se uniu com a brasileira de 52) ou pelo inesperado (o terno do pai da noiva que pegou fogo, o casal que decidiu se casar de novo ou o terceiro casamento do mesmo noivo). Detalhe: nesses anos todos, Antonio Jairo não viu nenhuma noiva abandonada no altar.

"Histórias não faltam", diz o pastor. Com meio século de trabalho e diante das narrativas de como os milhares de casais se conheceram, o casal Porto Alegre prepara dois livros para recordar essas histórias. Um deles, Casar é casar todo dia, com dicas de como manter um bom relacionamento, será lançado ainda neste ano. O outro, sem nome definido, com as histórias selecionadas, ainda não tem data definida para a publicação.

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