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Segundo laudos, Passat do ex-parlamentar estava entre 161 e 173 km/h. Pedaços foram lançados a mais de 100 metros | João Carlos Frigerio
Segundo laudos, Passat do ex-parlamentar estava entre 161 e 173 km/h. Pedaços foram lançados a mais de 100 metros| Foto: João Carlos Frigerio

Réu pode ficar em liberdade

A expectativa da acusação é de que o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho seja levado a júri popular após a audiência. Nesse caso, ele pode ser julgado por duplo homicídio doloso eventual. No entanto, há possibilidade de o ex-parlamentar ser julgado apenas por homicídio culposo (sem intenção de matar). A decisão está nas mãos do juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar. Cabe a ele a decisão.

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Carro estava a 100 Km por hora

Laudo feito pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) no carro de Rafael Bussamra, que atropelou Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, revelou que o veículo estava a quase 100 km/h no momento do acidente.

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  • Veja os principais acontecimentos envolvendo o acidente

O ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho deve prestar depoimento hoje à tarde na 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, um ano e três meses depois do acidente de trânsito que resultou na morte de Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20. Depois da audiência o juiz pode decidir se ele vai ou não a júri popular. Esta será a primeira vez que Carli Filho comparecerá diante de um juiz. No ano passado, ele foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual (quando o agente da ação assume o risco de produzir o resultado).

Exames do Instituto Médico Legal e do Instituto de Crimi­nalística comprovaram que no momento do acidente o ex-parlamentar estava embriagado e dirigia em alta velocidade, entre 161 e 173 km/h. A audiência de hoje está marcada para começar às 13h30 e ocorre para que Carli fique ciente das acusações e provas do processo. Participam do interrogatório o juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, o escrivão criminal, a promotora do Ministério Público (MP) Lúcia Inez Giacomitti Andrich, o assistente de acusação do MP, Elias Mat­tar Assad, e o advogado de Carli, Roberto Brzezinski Neto.

O juiz deve começar com perguntas sobre dados pessoais, como nome, endereço, profissão e antecedentes criminais. Em um segundo momento, o ex-deputado deverá ser questionado sobre a acusação pela qual responde, ou seja, informações sobre o acidente de trânsito. Sobre o incidente, Carli pode optar por ficar calado ou então dizer que não se lembra dos fatos, como já fez quando prestou depoimento na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran).

Acusação e defesa também devem se manifestar. Após o final do interrogatório, o juiz pode anunciar se o réu vai a júri popular ou se será julgado por um juiz singular. "Vamos pedir que o juiz declare encerrada a fase de instrução do processo e decida se haverá o júri popular", afirma Assad. Apesar disso, a divulgação da decisão pode ser adiada. "Em razão da complexidade do caso, o juiz pode adiar a decisão por dez dias", explica o advogado. A reportagem tentou contato com o advogado de Carli Filho, Roberto Brzezinski Neto, mas ele não atendeu às ligações.

Manifestação

Familiares e amigos das vítimas do acidente vão realizar uma manifestação em frente da sede do Tribunal do Júri no dia do interrogatório. Segundo a mãe de Gilmar Rafael Yared, Cristiane Yared, camisetas, faixas e adesivos devem ser levados para o local. Ela, que pretende inaugurar o Instituto Paz no Trânsito ainda neste ano, diz que espera o punição para que o caso sirva de exemplo.

"Não brigamos mais apenas por esse caso, mas por todas as vítimas de acidentes violentos de trânsito. Não posso passar o resto da vida chorando por causa do filho que perdi.", declara. "Infelizmente, as mortes causadas por irresponsabilidade dos motoristas conti­nuam ocorrendo. A postura da sociedade em relação à bebida e direção tem que mudar."

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