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A Justiça de São Paulo decidiu rejeitar o novo laudo criminológico que seria usado para análise do pedido de progressão de pena de Suzane von Richthofen. Ela cumpre 39 anos de prisão por envolvimento no assassinato dos pais, ocorrido em 2002. Segundo a juíza, Sueli Oliveira Armani, o laudo foi feito de forma parcial, preconceituosa e sem ouvir a jovem. Com isso, ele não será mais usado na análise que vai determinar se ela irá para o regime semiaberto. Nenhuma decisão foi tomada pela juíza ainda. "O perito demonstrou uma certeza prévia quanto ao objeto da presente postulação, ou seja, assumiu postura de julgador e efetivamente julgou antes do tempo, comparecendo agora, nos autos deste procedimento, a retificar seus "préconceitos"", afirmou a juíza.

O perito Guido Palomba, responsável pelo laudo rejeitado, afirmou que o laudo sobre Suzane foi feito de forma "indireta" (sem entrevista pessoal) porque ela se recusou a recebê-lo, por orientação de seus advogados. Ele disse, no entanto, que o resultado do exame não é prejudicado por isso.

"Na psiquiatria forense muitos exames são indiretos. Eles são tão precisos quanto os diretos. O exame indireto se baseia no processo, que tem uma série de elementos, testes, avaliações. É um estudo pormenorizado e profundo desses elementos", afirmou Palomba.

O perito disse ainda: "não conheço absolutamente ninguém [envolvido no processo]. Não ganhei absolutamente nada para fazer esse exame. Só fiz por ter sido designado pelo desembargador. Procurei fazer o melhor possível. Tudo que tem no meu trabalho tem como base tudo que está no processo".

O advogado Denivaldo Barni Junior, que faz parte da defesa da jovem, afirmou que ainda não tomou conhecimento formal da decisão da juíza, mas disse que existem vários outros laudos no processo que permitem que a Justiça decida sobre a progressão de pena de Suzane sem o laudo rejeitado.

Suzane cumpre pena de 39 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas) dos pais no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. Desde 2009, ela tenta a progressão para o regime semiaberto.

Os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos também foram condenados pelo crime --Daniel era namorado de Suzane na época do crime. Os dois conseguiram a progressão de regime no ano passado.

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