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O julgamento do casal João Alexandre Rodrigues, de 43 anos, e Eliana Aparecida Antunes Rodrigues, de 36 anos, que começou na quarta-feira (15), foi retomado por volta das 9h40 desta quinta-feira (16) no Fórum de Ribeirão Pires, no ABC. Eles são acusados de matar e esquartejar dois garotos de 12 e 13 anos, filhos de João Alexandre. O crime aconteceu em 5 de setembro de 2008

Os trabalhos do júri nesta quinta começaram com o debate entre defesa e acusação. Cada um tem duas horas e trinta para expor seus argumentos. Após a finalização dos debates, os jurados vão se reunir para decidir se os acusados são responsáveis pelo assassinado de dois garoto. O casal é acusado de homicídio quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Eles já estão presos em penitenciárias do Tremembé, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.

Na quarta-feira (15), foram ouvidos os réus, além das testemunhas de acusação e defesa. Eliana Aparecida Antunes confirmou ter ajudado a esquartejar os dois garotos, mas negou que tenha dado matado um deles. A ré afirmou que ajudou João Alexandre Rodrigues na tentativa de desaparecer com os corpos, porque ele ameaçou matar o filho dela de outro relacionamento. "Ele falou que se qualquer coisa desse errado, ele mataria o Thiago [filho dela]", declarou.

Ela contou que o marido usou sacolas plásticas para asfixiar os dois jovens e pediu que ela trouxesse lençois e o querosene que foi utilizado para queimar os corpos. "Quando cheguei na cozinha, vi o João Vítor ao lado da geladeira e o Igor, no chão. (...) Levei [o querosene] para ele nos fundos da casa. Ele jogou o querosene, riscou o fósforo e jogou nos meninos", contou.

A madrasta assumiu ter dado uma surra nas crianças ao longo do período em que eles moraram em sua casa, mas negou que isso ocorresse frequentemente. No dia 3 de setembro, dois dias antes do crime, as crianças fugiram de casa e foram encontradas em uma praça de Ribeirão Pires pela Guarda Civil Municipal. Os meninos disseram ter recebido dinheiro da madrasta para procurar a mãe biológica, o que Eliana negou na tarde de quarta-feira. O Conselho Tutelar foi acionado, mas a conselheira que já conhecia o casal e o histórico de maus-tratos sofridos pelos meninos, que chegaram a ser abrigados por volta de 8 meses, reconduziu-os para a residência. No dia 5, eles foram assassinados e os corpos colocados em cincos sacos plásticos, de acordo com a ré. Partes dos corpos dos meninos foram encontrados no caminhão do lixo.

A conselheira tutelar, o investigador de polícia, o delegado e um guarda civil foram ouvidos como testemunhas de acusação. O investigador e o delegado contaram que a casa tinha sido lavada com cândida quando eles chegaram ao local, no entanto, eles ainda encontraram restos humanos carbonizados dentro da residência. As vísceras dos garotos foram encontrados no sistema de esgoto e três dos sacos com partes do corpo estavam próximos da casa. Como testemunhas de defesa foram ouvidos o filho da ré, amigos da família, uma vizinha e dois colegas de trabalho do pai dos meninos.

A previsão é de que a sentença seja anunciada ainda nesta quinta.

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