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Caso Bruno Strobel

Julgamento de vigilantes acusados de matar estudante é adiado pela 2ª vez

Réus serão vão a júri popular no dia 27 de agosto. Advogados de defesa garantem que não vão entrar com pedidos de habeas corpus

Bruno Strobel foi encontrado morto em um matagal na região metropolitana em outubro de 2007 | Divulgação
Bruno Strobel foi encontrado morto em um matagal na região metropolitana em outubro de 2007 (Foto: Divulgação)

A Justiça adiou para 27 de agosto o julgamento de dois vigilantes assassinato do estudante Bruno Strobel Coelho, ocorrido em outubro de 2007. Os réus serão julgados no Tribunal do Júri, de Curitiba, em sessão aberta ao público. É a segunda vez em pouco mais de um mês que o julgamento foi transferido. Audiência anterior, foi suspensa quando a juíza descobriu que uma das juradas era irmã de um advogado de defesa.

O julgamento seria realizado na quinta-feira (12), mas a Vara Criminal de Almirante Tamandaré, região metropolitana, alterou a data, porque uma testemunha de defesa – o presidente do Sindicato dos Vigilantes, João Soares – estava viajando e não foi localizado para receber a intimação.

Denunciados pelo Ministério Público, os ex-funcionários da empresa de segurança privada Centronic, Marlon Balen Janke, de 33 anos, e Douglas Rodrigo Sampaio Rodrigues, 29 anos, são acusados de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Além destes crimes, Janke também responde por formação de quadrilha e tortura mediante a sequestro.

De acordo com as investigações, Coelho foi flagrado por Janke, pichando o muro de uma clínica no bairro Alto da Glória, na capital. O jovem teria sido rendido pelo vigilante e levado á sede da empresa de segurança, onde teria sido espancado. O corpo do rapaz foi encontrado uma semana depois, na Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré, com dois tiros na cabeça.

Repercussão

O assistente de acusação, advogado Rafael de Mello, lamentou o novo adiamento do julgamento. De acordo com ele, a indicação de uma testemunha que se encontrava em viagem pode ter sido parte de uma estratégia da defesa para protelar o julgamento. "Nós, da acusação, nos sentimos frustrados, mas respeitamos a decisão judicial e faremos o possível e o impossível para que o julgamento, de fato, aconteça no dia 27", disse o advogado.

Com o adiamento, havia expectativa sobre se os advogados dos réus entrariam com pedido de habeas corpus aos clientes. Entretanto, os responsáveis pela defesa dos acusados descartaram essa possibilidade. Com isso, Janke e Rodrigues devem continuar presos até a data do julgamento.

Os advogados também avaliaram como negativa a transferência do julgamento para o dia 27. "Meu cliente não suporta ficar mais um dia no cárcere. Esse adiamento só vem arrastar este sofrimento", disse o advogado Cláudio Dalledone, responsável pela defesa de Rodrigues. Ele ressaltou que não vai abrir mão do testemunho de João Soares, que seria fundamental para comprovar a inocência de seu cliente. "Ele [Soares] vai demonstrar as entrelinhas que Rodrigues não tem responsabilidade sobre o homicídio. Vamos provar isso", complementou o advogado.

Já o responsável pela defesa de Janke, o advogado Nilton Ribeiro disse que o interesse é de que o caso seja julgado o quanto antes. "Meu cliente diz que sabe que cometeu um erro e que quer pagar por isso. Em princípio, não vamos entrar com pedido de habeas corpus", garantiu.

Jank é réu confesso e, de acordo com a denúncia, teria sido o principal responsável pelo sequestro, tortura e execução do estudante. Ribeiro adiantou que a estratégia da defesa vai ser tentar desqualificar os crimes conexos (ocultação de cadáver, formação de quadrilha e tortura mediante sequestro). "A nossa expectativa é de que ele seja condenado apenas por homicídio, mas vamos discutir a maneira que este homicídio aconteceu", disse o advogado.

Angústia

O pai da vítima, o jornalista Vinícius Coelho questionou o nova adiamento. Segundo ele, a transferência de data aumenta a angustia em todos os familiares. Entretanto, Coelho acredita que a condenação dos réus é apenas questão de tempo.

De acordo com as investigações, os vigilantes optaram por executar o estudante depois que ele revelou ser filho de jornalista. Segundo Coelho, desde que o crime ocorreu, a família vive em função da espera do julgamento. "Estamos aguardando há três anos. Neste tempo, desisti da minha vida. Mas confiamos na Justiça e em Deus que o dia 27 será o último capítulo desta história", disse.

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