A Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra os acusados da morte de Louise Sayuri Maeda ocorrido em maio deste ano. A juíza Cristine Lopes da Vara Privativa do Tribunal do Júri do Paraná considerou que há indícios contra os três suspeitos. Eles agora deverão apresentar a defesa prévia.

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Márcia do Nascimento, de 21 anos, Fabiana Perpétua de Oliveira, de 20 anos, e Elvis de Souza, de 20 anos, foram denunciados por dois crimes, homicídio e ocultação de cadáver. A promotora de Justiça Marilu Schnaider Paraná de Souza considerou que o crime de homicídio foi triplamente qualificado: teve motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e foi cometido para assegurar que outro crime (os furtos) ficasse impune.

De acordo com o inquérito do caso, o crime foi motivado por vingança e razão da universitária ter denunciado furtos que vinham ocorrendo no caixa da iogurteria onde trabalhava. O crime ocorreu em 31 de maio deste ano, por volta das 23h57, em uma ponte sobre o Rio Iguaçu, situada na Rua Pellanda, Bairro Campo do Santana, em Curitiba. Louise recebeu dois tiros, e, logo em seguida, seu corpo foi arremessado do alto da ponte.

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No despacho, a juíza afirma que a materialidade do crime ficou comprovada pelo laudo de exame de local de morte e pelo exame de necropsia da vítima. A magistrada sustentou, ainda, que os indícios de autoria foram demonstrados pelos depoimentos colhidos ao longo da investigação policial.

A juíza acredita que a audiência e instrução e julgamento do caso deve ocorrer ainda este ano. "É um processo grande, com três réus e só o Ministério Público apresentou 41 testemunhas. Ainda faltam as da defesa. Para ouvir todos, a audiência de demorar mais de um dia", explicou. Depois de ouvir as testemunhas e interrogar os réus, a juíza vai decidir se os suspeitos vão a júri popular.

O crime

Segundo as investigações, no início de maio, Louise descobriu uma série de irregularidades cometidas por Márcia, entre elas furtos, e sugeriu aos proprietários da empresa que demitissem a funcionária.

No dia 31 de maio, Louise e Fabiana deixaram juntas o Shopping Mueller, onde fica a iogurteria em que trabalhavam. Segundo a polícia, Márcia convenceu Fabiana a convidar a vítima para ir a um barzinho. Elas entraram em um Gol, onde Márcia e o outro acusado – as esperavam.

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Eles seguiram até o bairro Campo de Santana, onde Márcia simulou passar mal. Fora do carro, Louise foi levada a um ponto isolado, onde foi executada.

Para auxiliar em um eventual júri popular, a polícia realizou, na noite do dia 15, a reconstituição dos fatos. O procedimento foi realizado com base no depoimento de cada um dos três acusados. O corpo foi encontrado no dia 17 de junho em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba.

Márcia e Fabiana foram detidas na madrugada seguinte à confirmação da morte da universitária. Élvis se entregou à polícia somente no dia 23 de junho, mesma data em que a família fez a cerimônia de despedida e que o corpo de Louise foi cremado.

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