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A Justiça do Rio de Janeiro decretou na tarde desta sexta-feira (16) a prisão dos quatro policiais militates acusados de envolvimento na morte do menino Juan Moraes. Os mandados de prisão preventiva estão sendo confeccionados na 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu.

Na qunta-feira (15), o Ministério Público do Rio denunciou os PMs Isaias Souza do Carmo, Edilberto Barros do Nascimento, Ubirani Soares e Rubens da Silva por dois homicídios duplamente qualificados e duas tentativas de homicídio duplamente qualificado. Eles são acusados de matar a tiros Igor de Souza Afonso e o menino Juan Moraes Neves, além de ferir outros dois jovens, em junho deste ano, em Nova Iguaçu. Os crimes foram agravados pelo fato de uma das vítimas ter menos de 18 anos e por suposto abuso de poder por parte dos agentes públicos.

Na denúncia das promotoras Júlia Costa Silva Jardim e Adriana Lucas Medeiros, foi pedido que o Instituto Médico Legal (IML) apresente, no prazo de 72 horas, os originais dos laudos de necropsia e do laudo de exame de DNA de Juan. Entre outras medidas, também foi requerida a determinação para que todas as operadoras de telefonia informem os dados cadastrais do usuário responsável pelo número de celular que entrou em contato inúmeras vezes com os denunciados na hora do crime.

"O crime foi praticado por motivo torpe, pois os denunciados, imaginando que as vítimas eram traficantes de drogas, pretendiam executá-las, atividade típica de extermínio", afirmaram as promotoras no texto da denúncia.

Na quarta-feira (14), o delegado Ricardo Bandeira, titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, disse que pediu a prisão preventiva dos quatro policiais. Ele afirmou que os exames de balística em dois fuzis usados pela equipe de policiais deram positivo em relação aos projéteis e cápsulas recolhidos no local do crime.

O delegado afirmou ainda que concluiu o inquérito, mesmo sem ter tido ainda acesso ao resultado dos exames que seriam feitos após a exumação do corpo de Juan, a pedido do defensor público Antônio Carlos de Oliveira, que representa um dos PMs acusados. O caso foi dado como encerrado com base na apuração da Polícia Civil, que incluiu, entre outras coisas, testes de DNA que asseguraram serem do menino um corpo encontrado às margens do Rio Botas em Belford Roxo.

A exumação do corpo de Juan aconteceu um mês após o sepultamento do menino, no Cemitério municipal de Nova Iguaçu. Para obter a autorização da Justiça, o defensor público alegou que um primeiro laudo de uma perita legista atestava que o corpo achado no Rio Botas era de uma menina, argumentando que seria importante a realização de novos exames.

No início de julho, a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, convocou uma coletiva para informar que a perita legista - que está respondendo à sindicância - errara na identificação e que o corpo seria mesmo de Juan, paralisando as buscas. Dois testes de DNA comprovaram, à época, a identidade do corpo, a partir da análise de material genético dos pais de Juan.

Juan desapareceu no dia 20 de junho deste ano, logo após um confronto entre policiais militares do 20º BPM (Mesquita) e traficantes da Danon. Na operação policial, o irmão de Juan, Weslley, e o repositor de mercadorias Wanderson dos Santos de Assis, 19 anos, foram baleados. Num primeiro momento, os PMs chegaram a acusar Wanderson de ser traficante e estar com uma pistola 9mm, uma granada e um radiotransmissor, o que não foi confirmado depois. Wanderson ficou internado no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, preso à cama com uma algema por cinco dias, até a Defensoria Pública do Estado conseguir sua soltura. Mais tarde, descobriu-se que a arma pertencia a um traficante morto durante a operação policial.

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