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O advogado Roberto Bertholdo, que já trabalhou para vários políticos, como Tony Garcia e os supostos mensaleiros José Janene e José Borba, foi condenado a cinco anos e três meses por mandar grampear o telefone do gabinete do juiz federal Sérgio Moro, da 2.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, especializada em lavagem de dinheiro. Além da pena de prisão, ele terá de pagar multa de cerca de R$ 576 mil. Ainda é possível recorrer da decisão.

Bertholdo está preso há cerca de cinco meses. Ele é processado na Justiça Federal por grampo telefônico, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e constrangimento ilegal.

Além disso, há outro processo na Justiça Estadual, em que o advogado Sérgio Renato Costa Filho o acusa de seqüestro, tortura, e extorsão. O advogado também é suspeito de comprar decisão judicial e de ser o homem da mala do PMDB.

Segundo a decisão do juiz federal substituto Gueverson Farias, da 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, que o condenou, o advogado quebrou o sigilo telefônico de pelo menos 41 ligações de várias autoridades com Sérgio Moro, nas quais o assunto eram investigações sigilosas, como a falência do Consórcio Nacional Garibaldi. As conversas teriam sido gravadas por pessoas que trabalhavam para o advogado.

Em outras gravações citadas no processo, Bertholdo e seus colaboradores teriam um plano "B", mais ousado, que comprometeria inimigos. Nesse caso, a estratégia seria fraudar ligações para políticos e autoridades, que poderiam aparecer numa quebra de sigilo telefônico, sem nunca terem sido feitas, simplesmente para comprometê-los, até com garotas de programa.

O processo, que durou cinco meses, reúne várias provas e conversas de Bertholdo com políticos, como o deputado José Janene. O político chegou a ser arrolado como testemunha de defesa, embora até hoje nem a própria Câmara Federal tenha conseguido ouvi-lo sobre o seu processo de cassação, desde que estourou o escândalo do mensalão. A Justiça também não obteve sucesso.

Na decisão, o magistrado Farias determinou ainda que Bertholdo seja transferido para o Centro de Observação e Triagem (COT), porta de entrada da penitenciária. Até ontem, ele estava numa cela especial no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). O advogado perdeu a regalia não só pela condenação, mas porque estaria distribuindo à imprensa, mesmo preso, fitas dos grampos feitos contra o juiz.

O Ministério Público Federal informou ontem que vai recorrer da decisão, que beirou a pena máxima e a multa de R$ 576 mil.

Os advogados de defesa de Bertholdo foram procurados pela reportagem, mas não foram localizados para comentar o assunto.

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