O Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) terá que desligar imediatamente todos os radares eletrônicos (pardais) ao longo da Rodovia Mário Covas, entre o Rio e Paraty (Rio-Santos). A decisão, em medida liminar, foi tomada pelo juiz federal Rodolfo Kronenderg Hartmann, da Vara Federal de Angra dos Reis. Ele aceitou os argumentos da ação movida pelo advogado André Gomes, que representa condomínios, empresários e moradores da Costa Verde fluminense.
A maior reclamação é em relação ao limite de velocidade de apenas 40 quilômetros por hora em curvas mal sinalizadas. Além de desligar os radares em operação, o Dnit terá que cobrir com capas plásticas os equipamentos que não estão em operação. O órgão terá ainda que apresentar estudos técnicos que comprovem a necessidade de instalação dos radares e cumprir, sobretudo em relação as placas de sinalização, as normas do Conselho Nacional de Trânsito. São mais de 40 pardais entre Santa Cruz, no município do Rio, e Paraty, passando pelo litoral de Angra dos Reis.
"Foi uma vitória da sociedade. Os pardais estão provocando acidentes porque os motoristas são obrigados a frear bruscamente quando são surpreendidos com as poucas placas nas curvas que limitam a velocidade em 40 Km por hora. É a verdadeira indústria da multa", disse Roberto Bonfim, síndico do condomínio Portogalo, em Angra dos Reis.
Manoel Francisco de Oliveira, ex-presidente da Fundação de Turismo de Angra dos Reis, disse que os pardais afugentam os turistas numa região que vive do turismo.
"Os motoristas não sabem se dirigem prestando atenção na rodovia, ou se ficam vigiando os pardais. Além disso, os postes foram instalados junto ao asfalto, o que não é recomendado em rodovias", disse Oliveira, que é engenheiro e síndico do condomínio Porto Frade, o maior de Angra dos Reis.
Na decisão liminar, da qual o Dnit pode recorrer em dez dias, o magistrado recomenda a substituição dos equipamentos eletrônicos por passarelas nas proximidades dos bairros ao longo da Rio-Santos.
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