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Juarez Ferreira Pinto está preso desde 17 de fevereiro pelo crime em Caiobá | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Juarez Ferreira Pinto está preso desde 17 de fevereiro pelo crime em Caiobá| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná negou, na tarde desta quinta-feira (6), o pedido de habeas-corpus de Juarez Ferreira Pinto, acusado de ser o autor do crime do Morro do Boi, ocorrido em Matinhos, litoral paranaense, no mês de janeiro. O vigia Paulo Delci Unfried, que chegou a confessar o crime e depois voltou atrás, foi solto no dia 31 de julho.

A 3ª Câmara do TJ decidiu por três votos a zero que Juarez deve permanecer detido. A decisão da relatora do processo, a desembargadora Sônia Regina de Castro, foi seguida pelos juízes substitutos Jefferson Alberto Johnsson e Rui Bacellar Filho. Para os magistrados, há indícios de autoria do crime e por isso o suspeito deve permanecer detido.

No dia 2 de julho o juiz criminal da Comarca de Matinhos, Rafael Luiz Brasileiro Kanayama, já havia negado o pedido de liberdade de Juarez. O juiz sustentou que o reconhecimento de Juarez pela vítima, Monik Pegorari Lima, era prova suficiente para manter a prisão.

Os advogados de Juarez sustentam que seu cliente é inocente e vão recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Estamos aguardando a lavratura da decisão e nos organizando para nas primeiras horas de segunda-feira (10) entrar com um habeas-corpus em Brasília", disse o advogado Mario Lucio Monteiro Filho.

O crime

Os estudantes Monik Pegorari, de 23 anos, e Osíris Del Corso, 22, foram baleados no dia 31 de janeiro no Morro do Boi, na praia de Caiobá, em Matinhos. Monik ficou 18 horas no local do crime até ser resgatada pela polícia. Ela teria sido vítima de estupro. Osíris morreu na hora.

A primeira prisão

No dia 17 de fevereiro, Juarez Ferreira Pinto, de 42 anos, foi detido pela polícia no balneário de Santa Terezinha, em Pontal do Paraná, com base em retrato falado feito com informações da vítima. Juarez alegou inocência desde o princípio.

Mudança de versão

Quatro dias depois da prisão, a polícia mudou a versão. Em vez de homicídio, Juarez teria praticado um latrocínio (roubo seguido de morte). A afirmação da polícia se baseou em supostos R$ 90 que teriam desaparecido da roupa de Monik. O próprio delegado Luiz Alberto Cartaxo havia dito dias antes que nada havia sido roubado. Também houve um recuo na questão do suposto estupro que a jovem teria sido vítima. Na segunda versão, houve apenas atentado violento ao pudor, quando não há conjunção carnal.

Caso encerrado

No dia 26 de fevereiro, a polícia anunciou o encerramento do caso e o indiciamento de Juarez. E revelou que duas provas apresentadas pela defesa haviam sido adulteradas: um caderno com anotações sobre a movimentação do caixa da empresa onde Juarez trabalhava e uma folha solta de papel, onde era controlada a quantidade de carrinhos de chope que saíam para a praia – Juarez trabalhava limpando os carrinhos. As datas dos dois documentos estavam rasuradas.

Nova prisão

No dia 25 de junho, Paulo Delci Unfried foi preso por invadir uma casa e violentar uma mulher, em Matinhos. Ele confessou ter matado Osíris e baleado Monik. Com ele havia duas armas e o exame de balística confirmou que o tiro que matou o estudante partiu de uma delas. Mas em acareação disse ter sido torturado para confessar.

O Juizado Criminal de Matinhos determinou a soltura de Unfried em 31 de julho. O pedido de relaxamento de prisão, referente à acusação de roubo e abuso sexual no balneário de Betaras, foi solicitado pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP). Investigações do Gaeco não comprovaram indícios de que Unfried tenha cometido os crimes do balneário Betaras.

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