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A Justiça negou o pedido prisão temporária de cinco homens que apareceram, segundo informações da 5ª DP (Mem de Sá), em atitudes criminosas durante a manifestação em frente ao prédio da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio, onde foram reunidas cerca de 100 mil pessoas na última segunda-feira. A solicitação foi feita na noite de sexta-feira (21), com base em imagens registradas e em sequência de fotos e frames de vídeos. Segundo a polícia, um dos homens aparece tentando quebrar a janela do prédio da Alerj com uma cadeira; outro, com um coco na mão, fez parte de grupo que agrediu um policial militar; e outro picha a parede da assembleia. Outros dois estimulam os vândalos com garrafa e coco nas mãos. O protesto terminou em pancadaria depois que um grupo se dispersou e começou a depredar prédios e estabelecimentos comerciais na região da Rua Primeiro de Março e Avenida Presidente Antônio Carlos, onde fica o Palácio Tiradentes.

De acordo com a Polícia Civil, o pedido de prisão de cinco dias foi pelos crimes de dano ao patrimônio e formação de quadrilha, ressaltando as características físicas dos acusados, além das imagens que mostram a conduta dos homens. Os agentes informaram, ainda, que ainda são analisadas imagens registradas durante todos os atos. Caso as prisões fossem concedidas, as imagens seriam incluídas no Disque-Denúncia para que a população colaborasse com a identificação dos cinco homens.

Vinte e nove pessoas chegaram a ser detidas por participação nos atos de vandalismo no fim da manifestação. Entre eles, três chegaram a ser levados para o Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste da Rio, mas foram liberados. Dois homens foram encaminhados para Bangu 2 e uma estudante da Universidade Federal Fluminense (UFF), para Bangu 8.

Dos 29 detidos durante o ato, nove foram autuados por formação de quadrilha, pagaram fiança e foram liberados. Catorze foram encaminhadas à 5ª DP (Mem de Sá) e liberadas após prestarem depoimento. Dois menores foram apreendidos, um por fato análogo a furto e outro por fato análogo à formação de quadrilha, e encaminhados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

De acordo com a representante do DCE da Unisuam Katerine Oliveira, de 23 anos, a manifestação de segunda-feira estava pacífica até o momento em que as lideranças estudantis que estavam à frente do movimento perderam o controle sobre um grupo que se denomina "anarcopunk" e está presente em todas as passeatas. Segundo ela, foram eles que se destacaram do grupo e enfrentaram os policiais que estavam em frente à Alerj.

Já o diretor de Assistência Estudantil da UNE, o estudante de física Esteban Crescente, avaliou que houve dificuldade na coordenação de um movimento grande porque a previsão era de um ato organizado pacífico e não de enfrentamento. Ele repudiou a depredação do patrimônio público.

A Assembleia Legislativa amanheceu na terça-feira com janelas quebradas e cacos de vidro pelos corredores. Por volta de 20h30m, os manifestantes atacaram o prédio com pedras e até placas de sinalização. Cerca de 70 policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia) e 45 funcionários ficaram presos, tentando se defender dos ataques. O Paço Imperial também foi atacado, tendo janelas quebradas e os muros pichados. Do lado de fora da Assembleia, era possível ver pedras portuguesas soltas, garrafas pelo chão e pedaços de madeira. No entorno, estabelecimentos comerciais e agências bancárias totalmente destruídos, prédios públicos depredados e carros incendiados.

De acordo com Paulo Melo (PMDB/RJ), presidente da Alerj, disse que os prejuízos causados ao prédio da assembleia são calculados entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. Segundo o deputado, 30% dos vidros e vitrais franceses do segundo andar foram destruídos. Melo informou que o policiamento da Casa foi feito por 75 policiais militares do 5ª BPM (Praça da República) e que o momento da intervenção da polícia foi decidido por ele, em conjunto com o governador Sérgio Cabral. Ainda segundo Melo, a Alerj não tem seguranças armados.

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