O laboratório alemão Boehringer Ingelheim anunciou ontem que parou de desenvolver o "Viagra feminino", pois não conseguiu convencer as autoridades reguladoras dos Estados Unidos (EUA) de que a pílula seria capaz de estimular a libido. "A decisão não foi fácil, considerando o estágio avançado do desenvolvimento dos estudos", disse Andreas Barner, executivo-chefe do laboratório. Havia grande expectativa quanto ao sucesso comercial da pílula, voltada para mulheres antes da menopausa com uma redução persistente e inexplicável do desejo sexual. O remédio seria uma resposta feminina ao Viagra, a famosa pílula azul da Pfizer para os homens. Mas a libido feminina se mostra mais difícil de ser manipulada com medicamentos. Consultores do governo norte-americano disseram em junho que a pílula cor-de-rosa da Boehringer, baseada na substância flibanserin, tinha resultados insatisfatórios e gerava riscos inaceitáveis. Quase 15% das mulheres pararam de tomar os comprimidos antes do final do estudo, devido a efeitos colaterais como depressão, desmaios e fadiga. O FDA (órgão que avalia medicamentos nos EUA) pediu mais explicações ao laboratório, mas ele afirmou que os efeitos colaterais foram decisivos na sua decisão de interromper o projeto.
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