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Brasília e Cuiabá – Os cruzamentos dos mais de 800 telefones levantados pela Polícia Federal revelaram um misterioso personagem: Ana Paula Cardoso Vieira, uma jovem paulista de 26 anos, que aparentemente não tem relação com o dossiê contra políticos tucanos que o PT pretendia comprar. A análise da localização das chamadas e o perfil das ligações fez a PF concluir que, na verdade, o pré-pago era usado por Hamílton Lacerda, ex-assessor do senador Aloízio Mercadante (PT-SP). Seria o seu "telefone seguro" na negociação do dossiê.

O exame das chamadas reforça, ainda, a conclusão de que a operação de compra do dossiê teria sido conduzida por integrantes do núcleo da campanha do presidente e não um ato isolado do comitê de Mercadante, como se chegou a cogitar no início das investigações. Elas também são uma evidência de que Lacerda sabe muito mais do que disse à PF. O ex-assessor de Mercadante declarou em depoimento que levou a Gedimar no hotel um laptop e boletos de campanha.

Na última semana, a CPI dos Sanguessugas recebeu as informações a respeito da quebra dos sigilos telefônicos dos envolvidos na compra do dossiê, entre eles os de Hamílton Lacerda e do pré-pago em nome de Ana Paula.

Rastreamento

A Polícia Federal quer ouvir Lacerda nos próximos dias. O resultado do rastreamento das ligações feitas pelo celular de Ana Paula é impressionante.

O telefone, supostamente utilizado por Hamílton Lacerda, ligou 24 vezes diretamente para Jorge Lorenzetti, ex-diretor de mídia de risco da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apontado pela PF como suspeito de ser o arquiteto da operação de compra do dossiê; 33 vezes para um celular do comitê de campanha de Lula e 11vezes para o ex-agente da PF Gedimar Passos, preso no Hotel Íbis com parte dos R$ 1,7 milhão destinados à compra do dossiê.

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