Rio Sete meses de investigação, que incluíram monitoramento por satélite, escuta telefônica e filmagens, levaram policiais da Delegacia de Combate às Drogas a desbaratar uma quadrilha especializada em roubo de carros, desmanche e revenda de peças. Dez pessoas foram presas, inclusive o chefe do bando, o policial civil Júlio César de Almeida. Cinco criminosos ainda estão foragidos.
A polícia estima que o grupo roubava dez carros por semana. Parte das peças era revendida para estados como São Paulo e Espírito Santo, com notas fiscais frias. Dois integrantes da quadrilha são acusados do assassinato do estudante de farmácia Cláudio Vinicius Gomes Menezes, morto em 4 de janeiro, quando teve seu Peugeot roubado.
Três horas depois do crime, Wagner Evaristo da Silva Júnior contava como foi o assassinato, numa ligação telefônica que a polícia gravou. "Enquadrei na moral, joguei a mina para o banco de trás. Cheguei assim: toca até ali, que ali eu vou te largar. Sabe o que o cara fez, tia? Ligou o carro e engatou a ré. Tive que dar nele. Dei três na cara". Júnior está preso.
"O carro desse rapaz, como os outros, valiam de R$ 700 a R$ 1.200. É um valor muito baixo por uma vida", comentou a delegada Patrícia Aguiar, que coordenou a Operação Savana na savana africana, os animais mortos são devorados até que sobre apenas a carcaça, como acontecia com os carros roubados pelo bando.
As escutas telefônicas mostraram que Almeida e seu sócio Gilmar Oliveira Meireles (ainda foragido) tinham uma rede de ladrões de carros a seu serviço.
Os veículos eram "desmanchados" e as peças revendidas para oficinas de retífica, lojas de autopeças e oficinas de instalação de kit gás. Entre os receptadores está o bombeiro militar Wellington Caldeira de Freitas, também preso.
Os policiais apreenderam centenas de peças de carros roubados. Além de R$ 14 mil, US$ 21 mil, cordão de ouro e relógios. Muitos carros eram roubados sob encomenda de oficinas.
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