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Em meados dos anos 2000, instituição precisava da ajuda do Comunidade Escola | Ivonaldo Alexandre
Em meados dos anos 2000, instituição precisava da ajuda do Comunidade Escola| Foto: Ivonaldo Alexandre
  • Professores dizem que avanços na renda mudaram o perfil da escola
  • Comunidade tem mais opção de lazer. Com mais informação, também valoriza mais a escola

No pequeno hall de entrada, dezenas de crianças acompanhavam as estripulias de três palhaços, arrancando risadas dos pequenos. A apresentação teatral é parte de uma parceria com a Fundação Cultural de Curitiba, e a cena é ilustrativa do clima da Escola Municipal Vereadora Laís Peretti: uma escola feliz e aconchegante. Certamente, o crescimento de 0.8 pontos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) não encontra justificação exclusiva no aconchego do ambiente escolar mas, sem dúvida, há relação.

"É preciso estabelecer um vínculo entre a criança e a escola. É como se fosse uma extensão da casa, pois essas crianças passam o dia inteiro aqui. Então, elas precisam se identificar com a escola e com os professores. As mães contam que os alunos me amam, mas a educação também exige pulso firme", conta Joseli Maria Henconttei Carvalho, a diretora com jeito de matriarca. O clima de casa encontrado na escola surte efeito também sobre os professores: a rotatividade é baixíssima e muitos "já criaram raízes".

O projeto pedagógico praticado inclui práticas de educação ambiental, ciência, artes, movimento e acompanhamento pedagógico em português e matemática. Além disso, há um incentivo extra à leitura, com direito à contação de histórias semanalmente. Os alunos que apresentam dificuldades são encaminhados para a classe especial, na qual recebem atenção individualizada. Para o Ideb, nenhum esforço em especial.

"O compromisso da escola é firmado com a educação infantil e perdura até o 5.º ano. O aprendizado precisa ser cultivado ao longo de toda a permanência do aluno conosco", explica Joseli. A conquista de 0.8 pontos na avaliação, meta estabelecida apenas para 2017, é atribuída à sintonia e ao comprometimento da equipe.

Em 22 anos, desde sua fundação em 1992, a escola Laís Peretti mudou e viu o seu entorno se transformar também. As rebarbas do tradicional bairro do Pinheirinho, onde está localizada, são marcadas pela heterogeneidade socioeconômica: casebres dividem o muro com residências de dois pisos e carro na garagem. Esse novo perfil socioeconômico impactou a escola. Até alguns anos, a Laís Peretti tinha Comunidade Escola, quando abria suas portas e promovia atividades para toda a comunidade nos fins de semana. Hoje, o cenário é outro.

"Vimos nossa Comunidade Escola esvaziar, mas por razões positivas. A melhoria das condições econômicas permitiu que as famílias tivessem acesso a outras formas de lazer. Essas famílias conseguem acessar outras ofertas da cidade", observa Joseli.

A melhora socioeconômica de uma comunidade altera o papel social exercido pela escola e é preciso perceber isso. Hoje, a Laís Peretti investe no relacionamento com as famílias de alunos e moradores dos arredores por meio de eventos abertos, como a famosa Noite do Pastel e a tradicional Festa Junina. Joseli lembra que quando começou a promover esses eventos, foi criticada. "Falavam ‘Nossa, mas você vai deixar a escola aberta para todo mundo?’, mas a verdade é que se você confia na comunidade, a comunidade retribui com confiança e proteção", assente.

Escola Municipal Laís Peretti

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