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Rio de Janeiro – Os dois bilhões de litros de lama com resíduos químicos que vazaram na quarta-feira passada da mineradora Rio Pomba Cataguases e atingiram o Rio Muriaé, em Minas Gerais, chegaram ontem a mais dois municípios fluminenses. E nesta segunda-feira devem atingir o Rio Paraíba do Sul.

Como a mancha está cada vez mais diluída não houve inundações e nem foi necessário suspender o abastecimento público de água em Italva e Cardoso Moreira, onde vivem cerca de 30 mil pessoas. Quatro municípios já foram atingidos.

Em Laje do Muriaé (RJ) já são quatro dias sem fornecimento de água. Em Itaperuna, o mais populoso dos municípios afetados, com 100 mil habitantes, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio reforçou o trabalho na estação de tratamento e está conseguindo manter a oferta de água.

Ações

A Cedae deve entrar hoje na Justiça com ação indenizatória de perdas e danos contra o grupo controlador da Mineração Rio Pomba Cataguases. O presidente da Companhia, Wagner Victer, explicou que a ação visa, na verdade, "garantir o direito" de reivindicar indenização pelas perdas sofridas no estado do Rio, que continuam sendo contabilizadas. Apesar disso, ele estima que as perdas provocadas pelo acidente para os municípios fluminenses são superiores a R$ 1 milhão.

Victer solicitou ao Ministério Público que entre também com ação criminal, responsabilizando os controladores da mineradora pelo vazamento. O presidente da Cedae contestou laudo divulgado na sexta-feira passada pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), afirmando que não há contaminação das águas pela lama com bauxita nos municípios fluminenses afetados. "Claro que está contaminando! Tanto, que as águas estão paradas em Lajes de Muriaé", afirma ele.

O laudo do Igam teria avaliado que não existiria componente químico tóxico na lama de bauxita que vazou nos rios Fubá e Muriaé na madrugada da quarta-feira. Victer confirmou que não se trata de um produto cancerígeno, mas acrescentou que ele torna a água imprópria para o consumo humano e compromete a agricultura e a pesca. "É um acidente de graves proporções", diz ele.

O presidente da Cedae diz que, por enquanto, só o município de Lajes de Muriaé foi atingido de forma ampla pelo problema.

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