• Carregando...

O laudo do Instituto de Criminalística de São Paulo, que investiga as causas do acidente ocorrido com o avião da TAM em julho do ano passado no Aeroporto de Congonhas, apontou como responsáveis pela tragédia a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), a companhia aérea TAM e a Airbus, fabricante da aeronave. O acidente provocou a morte de 199 pessoas.

Segundo o promotor Mário Luiz Sarrubbo, as empresas erraram culposamente e dez pessoas, de nomes ainda não revelados, deverão ser indiciadas. De acordo com o laudo, houve omissão culposa da Anac no gerenciamento de riscos, na liberação da pista e na fiscalização dos padrões de operação da empresa aérea envolvida. A Infraero teria liberado a pista sem condições, principalmente em dias de chuva. Já a TAM teria sido negligente no treinamento da tripulação, não padronizando as operações de cabine. E a Airbus, fabricante da aeronave, teria falhado por não ter exigido a instalação de um alarme que dispararia quando houvesse posicionamento errado dos manetes, que aceleram e frenam o avião.

"O acidente aconteceu por conta do posicionamento errado das manetes. Se os pilotos tivessem sido avisados pelo alarme, talvez tivessem tido a oportunidade de frear", afirmou o promotor. Segundo ele, uma eventual responsabilização da Airbus, que não é uma empresa brasileira, ficará para uma segunda etapa, para não atrasar o processo. O laudo concluiu que os dois pilotos da aeronave, Kleiber Lima e Henrique Stefanini di Sacco, foram vítimas e não causadores da tragédia.

Na segunda-feira o laudo deverá ser anexado ao inquérito policial, que está sendo conduzido pelo delegado Antônio Carlos de Meneses Barbosa, que deverá remetê-lo ao Ministério Público estadual.

Por meio de suas assessorias, TAM, Anac e Infraero informaram que não vão se pronunciar sobre o laudo. A TAM afirmou que ainda não tem ciência do laudo, já que as informações foram divulgadas exclusivamente pela imprensa, e que não comenta investigações em andamento. A Anac disse que não comentaria o caso porque ainda não foi notificada. Já a Infraero informou que vai aguardar a conclusão do inquérito policial e também da investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Aeronáutica.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]