Cena da bolsa: ações podem render mais, mas são arriscadas| Foto: Luiz Prado/Divulgação BM&FBovespa

Na bolsa, risco é maior

O professor da PUC orienta que neste cenário, o investimento em ações pode ser uma alternativa para ganhos reais mais expressivos. "É possível investir em índices que minimizam as oscilações diárias, como o BOVA11", afirma. O índice é composto pelas ações emitidas por companhias que respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro da Bolsa. De acordo com Luiz Pacheco, a relação risco-retorno do índice para os próximos dois anos fica em 25%, já descontando o IR de 15% no período. No entanto, Luiz Pacheco, da Inva, alerta que o investimento é arriscado. "Nos últimos dois anos, o índice caiu 15%", adverte.

O economista Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) alerta que os cálculos dependem da taxa de administração negociada. Para que os investimentos realmente se sobreponham à poupança, ele afirma que as taxas negociadas devem ficar abaixo do 1%.

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Com cenário incerto, o segredo é comparar frequentemente as aplicações para ver qual confere o melhor retorno para cada finalidade.

Poupança

Sem custos e com baixo risco, é a aplicação mais simples disponível no mercado, sem necessidade de aporte mínimo. Tem alta liquidez. No entanto, pode acabar com rendimento negativo.

Tesouro Direto

É assegurado pelo Tesouro Nacional e tem baixo custo administrativo em comparação com outros fundos. Os papéis prefixados proporcionam juros atraentes, mas com a inflação em alta pode perder poder de compra. Os pós-fixados contam com rendimentos mais baixos. São cobradas taxas de negociação, de custódia e de administração.

CDB

Simples como a poupança e sem taxa de administração. Porcentagem do rendimento pago pelo banco pode variar e precisa ser negociado. A baixa rentabilidade atrelada à Selic pode fazer com que o rendimento fique abaixo da inflação.

Ações

É uma alternativa para quem busca maior rentabilidade em cenário de queda dos juros, mas exige conhecimento e acompanhamento da aplicação.

Juros em queda, inflação em alta. Veneno para o poder de compra do dinheiro. Para ter em seus investimentos um retorno que vença a alta dos preços, o investidor deve escolher bem onde vai colocar seu dinheiro. No atual cenário, aplicações como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as NTN-B do Tesrouro Direto são boas opções.

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A pedido da Gazeta do Po­vo, economistas calcularam o ganho real de algumas aplicações em um período de dois anos, após o qual a aliquota do Imposto de Renda para aplicações de renda fixa cai a 15%, seu valor mais baixo. Os investimentos de melhor desempenho foram os papéis do Tesouro Direto atrelados à inflação, as NTN-B. Descontando o IR e uma taxa de inflação a 5,5% ao ano, os papéis apresentam um rendimento de 6% no período de 24 meses. "Por mais que a inflação esteja alta, fundos indexados ao IPCA garantem um retorno real positivo", afirma Luiz Pacheco, da Inva Capital.

Outra opção com bom desempenho são as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Isen­tas de imposto de renda para pessoas físicas, as letras têm retorno real médio de 4,6%, levando em conta uma remuneração de 90% do CDI. Em aportes acima de R$ 300 mil, o rendimento pode ser de 6,4%. A diferença ocorre porque os bancos oferecem até 100% do CDI em aplicações de maior valor. A maioria dos bancos exige aplicação mínima de R$ 30 mil pa­ra as letras, mas há instituições que recebem aportes de R$ 1 mil.

Outras a­plicações, co­mo CDBs, títulos do Te­souro Di­re­to indexados à Se­lic (como as LFT) e a poupança são me­nos atraentes. Nos cálculos de Pacheco, a taxa básica de juros no período deve ficar na média de 8,5%, um ponto porcentual acima do conferido atualmente. Nesse cenário, descontado o imposto de renda e as taxas bancárias, o CDB deve ter rendimento real de 2,2%. Para as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), que são títulos pós-fixados indexados à Selic, projeta-se ganho real de 3,14%. A poupança, que não conta com taxas e tarifas, teria rendimento de 12,7% nos dois anos, porcentual próximo da inflação projetada de 11,3% para o acumulado dos 24 meses, o que resulta em retorno líquido de 1,4% descontada a inflação.

No entanto, a recomenda­ção é de que a aplicação seja revista periodicamente. "É preciso ter atenção. Com a Selic abaixo de 8% e a inflação acima de 5,5%, o dinheiro depositado na nova poupança perde poder de compra", orienta Breno Lemos, coordenador do Núcleo de Economia e Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Em dois anos, a poupança renderia 70% da Selic mais TR (Taxa Referencial), ou seja, 10,7% no período de dois anos, 0,6% abaixo da inflação.

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