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Veja o resultado da pesquisa que divide opiniões sobre o uso de celulares em banco

Os curitibanos não estão certos de que a proibição do uso de celular dentro dos bancos, que poderá virar lei na capital, traga mais segurança aos usuários. De acordo com levantamento do instituto Paraná Pesquisas, feito a pedido da Gazeta do Povo, 51% dos entrevistados consideram que a segurança irá permanecer como está. A possibilidade de cumprimento da lei pelas agências bancárias é outra dúvida da população. Segundo especialistas, a medida precisa ser bem aplicada para não acabar em tumulto dentro das agências. Funcionários e bancos dizem não ter poder para apreender o celular do infrator, como prevê o projeto aprovado na Câmara Municipal, mas o texto da lei diz que a apreensão do equipamento é responsabilidade do estabelecimento financeiro, e que se deve solicitar apoio policial para os que não se adequarem. O celular seria devolvido na saída do cliente. O prefeito Luciano Ducci tem até o dia 11 para sancionar ou rejeitar a lei, que divide a população.

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"Como vou transferir essa responsabilidade para o funcionário do banco? É um absurdo", diz Carlos Alberto Copi, dirigente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e representante do Paraná nas mesas temáticas de segurança bancária. Ele considera interessante a ideia de impedir a comunicação, mas não da maneira prevista pelo projeto de lei. Em nota, a Federação Brasi­leira de Bancos (Febraban) ressaltou que os bancos não têm poder de polícia para proibir o uso dos celulares nas agências. "No en­­tanto, uma vez aprovada, a Fe­­braban recomenda a seus associados que adotem as providências para que a norma seja cumprida", diz o texto.

A restrição, se entrar em vigor, é mais uma ferramenta para evitar os assaltos, diz o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná, Maurício Smaniotto. Mas a fiscalização não pode ser exercida pelo vigilante. "Do contrário, ele irá perder seu foco", afirma.

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"Saidinha"

O objetivo da medida é evitar o crime conhecido como "saidinha de banco", em que uma pessoa é assaltada ao sair de uma agência. Segundo o autor do projeto, vereador Tito Zeglin (PDT), a comunicação pelo celular facilita o crime, pois ladrões ficam dentro das agências repassando informações para os parceiros do lado de fora. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), a cada semana ocorrem sete desses crimes na capital, com picos em época de pagamento e quando há saída de detentos da Colônia Penal Agrícola. De acordo com a Sesp, as vítimas mais visadas são idosos que vão sozinhos aos bancos retirar dinheiro da aposentadoria.

A estimativa do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região é que aconteçam de 10 a 12 assaltos por dia na saída dos bancos de Curitiba e região metropolitana.

O comandante do Policia­mento da Capital, coronel Jorge Costa Filho, afirma que a proibição dificulta a ação de bandidos, principalmente no local onde ficam os caixas eletrônicos. No entanto, a única forma de proibir o uso seria bloquear o sinal dos celulares dentro das agências. "Seria mais correto colocar sistema de bloqueio de telefone do que tentar retirar o bem da pessoa e arrumar confusão", argumenta. Segundo o comandante, na prática a medida "vai dar muito bate-boca". O projeto de lei aprovado na Câmara não menciona o uso de bloqueador de celular.

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Quais seriam as medidas mais eficazes para evitar assaltos na saída dos bancos?

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