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As seis mulheres que tiveram os filhos mortos pelo pedreiro Adimar da Silva, em Luziânia (GO), tentam vencer a ausência dos jovens em suas rotinas. Enquanto vivem os piores momentos de suas vidas, aproveitam o Dia das Mães, neste domingo (9), para lembrar das celebrações da data, no passado. "Não tenho o que comemorar. Vai ser muito triste, pois ainda carrego comigo as lembranças do último Dia das Mães com o George [Rabelo dos Santos]", disse Sirlene Gomes Rabelo de Jesus, 42 anos.

Ela e Valdirene Fernandes, mãe de Flávio; Sônia Lima, mãe de Paulo Vitor; Aldenira Alves, mãe de Diego; Maria Lúcia, mãe de Márcio; e Marisa Lopes, mãe de Divino, ainda não receberam a confirmação das polícias Civil e Federal sobre a identificação dos corpos encontrados em 10 de abril deste ano.

O pedreiro Adimar foi preso na mesma data, confessou ter matado os seis jovens que estavam desaparecidos desde dezembro de 2009. Ele indicou à polícia o local onde os corpos estavam. O pedreiro foi encontrado enforcado na cela do Denarc, oito dias depois, mas as causas de sua morte também estão sendo investigadas por peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) de Brasília.

Diego, de 13 anos, foi o primeiro a desaparecer, no dia 30 de dezembro do ano passado. Depois sumiram Paulo Victor, de 16 anos, George, de 17, Divino, de 16, Flávio, de 14, e, no fim de janeiro, Márcio Luiz, de 19 anos. O caso ficou três meses e meio sem pistas.

"A gente vive uma angústia, uma tristeza muito grande. Vou almoçar com meus outros filhos e rezar na missa", disse Sônia Lima.

Maria Lúcia completou 55 anos em 30 de abril e ainda está muito abalada com a situação. "Ela não está bem de saúde, mas vamos fazer um almoço e também comemorar o aniversário dela", disse a filha Lúcia Maria Lopes, 25 anos.

Último Dia das Mães

Sirlene lembrou do último presente que ganhou de George no Dia das Mães. "Ele me deu um creme para a pele e um perfume, mas o presente que mais gostava era o abraço que ele me dava. Tenhos mais cinco filhos e peço para que Deus sempre me dê forças para continuar olhando por eles."

Ela também aguarda com ansiedade a identificação dos corpos encontrados pela polícia para ter certeza de que seu filho está mesmo entre as vítimas. "Infelizmente, estou me preparando para enterrar meu filho. Os meus outros filhos estão aproveitando as roupas de George. Apenas uma camiseta do Vasco, que ele sempre usava, estou guardando para enterrar junto com ele", afirmou Sirlene.

Tristeza em dobro

A diarista Marisa, mãe de Divino, disse ao G1 que não comemora o Dia das Mães desde 2008, quando sua mãe morreu, aos 72 anos. "A partir dessa época eu deixei a data de lado. Tinha muito carinho por meu filho e, agora, vai ser mais um motivo para não comemorar nada. Ainda tenho esperanças que meu filho ainda esteja vivo."

Cinco das seis mães dos jovens receberam uma homenagem da Comissão de Direitos Humanos (CDH), no Senado, na manhã desta quinta-feira (6), em comemoração pelo Dia das Mães.

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