• Carregando...

São Paulo – Depois de 29 dias seqüestrado e uma negociação tensa de mais de cinco horas entre a polícia e os seqüestradores, o empresário da construção civil José Fortes Reina, 58 anos, de São Bernardo do Campo (Grande SP), foi libertado ontem em uma favela na zona sul de São Paulo.

Em uma batida em busca de pontos-de-venda de drogas na favela Vila Clara, região de Americanópolis, policiais acabaram descobrindo o cativeiro.

Na ação, que durou das 6h50 às 12h05 e mobilizou a elite das polícias Civil e Militar, um seqüestrador foi baleado numa troca de tiros com a PM e morreu a caminho do hospital. Seu nome não foi divulgado. Outros dois seqüestradores – Antônio Correia da Silva, 28 anos, e um adolescente de 17 anos – acabaram presos depois de se renderem e soltarem o empresário. Nenhum deles tem passagem pela polícia.

Dentre as exigências para se entregar, pediram garantia de vida e a presença de policiais especializados em seqüestro e da imprensa. A polícia ainda procura por outros dois seqüestradores, que teriam conseguido fugir.

O delegado Antônio Assunção de Orim, da Divisão Anti-Seqüestro (DAS), negociou a libertação do refém diretamente com os seqüestradores.

No sobrado de alvenaria, foram encontrados uma pistola automática, um revólver, uma faca, um carregador de metralhadora e oito bananas de dinamite. Por conta dos explosivos, foi aberta investigação para saber se os criminosos têm ligação com alguma facção. "Nunca havia visto dinamites em cativeiros. Não sei o que eles pretendiam com essas bananas, por isso vamos apurar", disse o delegado.

"Apesar de não serem experientes em seqüestro, eles eram perigosos. Durante a negociação, a vítima ficou o sob a mira de armas", disse Olim, que informou que seis seqüestros ainda estão em andamento no estado – sendo dois na capital.

Dono de uma empresa do ramo de construção civil, Reina foi seqüestrado na manhã do dia 18 de julho, quando se dirigia para o trabalho. No dia 9 de agosto ele fez aniversário no cativeiro. A família havia registrado seu desaparecimento na Divisão de Investigações sobre Entorpecentes, em São Bernardo do Campo, que também cuida de solucionar seqüestros.

Os seqüestradores chegaram a exigir R$ 4 milhões para libertar o empresário. O último valor para o resgate ficou em R$ 1 milhão, mas não foi pago.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]